Aaron Broussard finaliza mais um contra-ataque com sucesso - Fotografia SL Benfica

Benfica com centenário esmagador em Alvalade

Tetracampeões nacionais estiveram arrasadores a atacar e desmoralizadores a defender frente ao Sporting num jogo que terminou com 37 pontos de diferença, mas que já estava decidido a intervalo

Apesar de, em setembro, os leões terem batido os grandes rivais lisboetas por 76-80 na final do III Torneio Internacional de Lisboa, desta vez foi a sério, a contar para a 2.ª jornada da Liga Betclic 2025/26, e as coisas revelaram-se totalmente diferentes. Inesperadas, mesmo.

Com o Sporting a apenas ter conseguido liderar por uma vez (3-0), o tetra campeão nacional foi ao Pavilhão João Rocha conquistar uma histórica vitória por 66-103 (17-25, 16-29, 14-18, 19-31), que mantém os encarnados imbatíveis no campeonato, a par de Ovarense e Imortal.

A última vitória dos verdes e brancos em competições nacionais contra as águias aconteceu à 8.ª jornada na Liga Betclic 2023/24 (91-88 a.p.) com a equipa então a ser orientada por Pedro Nuno Monteiro. Nos últimos 11 confrontos entre os dois conjuntos, os da Luz levam vantagem de 7 v-4 d.

Foram 37 pontos de diferença conseguidos já perto do apito final, em duas ocasiões (64-101, 66-103), mas que começaram a desenhar-se quando, no 2.º quarto, os visitantes, através de Diogo Gameiro (8 pts, 3 res, 5 ass, 2 rbl)  Justice Sueing (13 pts, 9 res, 4 ass) começaram a construir um parcial de 0-8 (17-33), que se transformou em 2-14 (19-39) e acabou em 4-21(!) (21-46) e ainda 3.34m para se disputar até ao intervalo.

Nesse momento, os donos da casa registavam já 8 turnovers, que haviam originado 10 pontos, contra apenas 2 do adversário. O Sporting haveria por terminar com 16 perdas de bola sem lançamentos, que se transformaram em 20 pontos.

Um reflexo do que acontecia em campo, com o Benfica a apresentar mais do que uma defesa agressiva, uma defesa efetiva, que não permitia grandes passes para dentro da área ou facilidade no lançamento exterior e onde cada recuperação provocava de imediato um contra-ataque ou ataque em transição que os homens de Luís Magalhães tinham dificuldade em acompanhar.

Através do contra-ataque os campeões fizeram 19 pontos e dentro do garrafão: 50!, 34 até ao intervalo. Quando Aleksander Dziewa (13 pts, 4 res) não se impunha lá dentro, eram os bases que passavam entre a defesa leonina como uma faca em manteiga no verão.

Para piorar as coisas, os visitados estavam desastrados no lançamento, conseguindo até falhar oportunidades debaixo do cesto sem uma oposição efetiva. Terminaram com 13/32 em lanç. de 2 (39%), 8/38 em triplos (22%) e até da linha de lance livre (16/25, 64%) falharam mais do que deviam.

Ao conseguirem equilibrar um pouco as coisas em campo até ao intervalo com um parcial de 12-8 (33-54), houve a esperança que, no regresso dos balneários, os donos da casa tivessem uma reação para, pelo menos, salvarem a imagem do 1.º tempo.

Mas não. Se até então já haviam atuado mal, conseguiram fazer pior ainda. Nos primeiros 6.40m conseguiram 5 pontos e sofreram 15 (38-39). Foi o momento em que a qualidade do basquetebol decaiu em ambos os lados, no entanto, o Sporting esteve mais de… 6 minutos (0-11) a seco. Nada funcionava. Nem na defesa, nem no ataque.

Já do lado contrário Dziew e Eugene Crandall (17 pts, 3 res, 2 ass, 3 rbl) mantiveram a máquina a funcionar antes do 4.º período em que o Benfica nunca baixou de ritmo e eficiência defensiva e manteve quase sempre a diferença acima das três dezenas. Nem parecia um duelo entre dois candidatos às três provas nacionais em que vão estar envolvidos.

Note-se que, a época passada, para o campeonato, o Benfica apenas consegui atingir a barreira dos 100 pontos por três ocasiões. Contra: Queluz (108-82), Esgueira (100-65) e Ovarense (103-71) já na meia-final do play-off. O dérbi lisboeta, e algo pouco habitual, só aconteceu em duas ocasiões e apenas para a Liga Betclic. Em ambas as águias levaram a melhor: 81-64 à 10.ª jornada; 85-87 à 21.ª.