Grande entrada na segunda parte do Moreirense resolveu o jogo a seu favor. Foto: Estela Silva/LUSA

Audácia de Botelho da Costa resultou em triunfo confortável (crónica)

Bela partida de futebol em Moreira de Cónegos, com uma primeira parte de enorme entretenimento, apesar do nulo ao intervalo; treinador visitado não perdeu tempo e alterou logo no reatamento, tendo alcançado o sucesso regressando às vitórias

O Moreirense venceu o Rio Ave, por 3-1, numa excelente partida de futebol que ficou marcada pela leitura exemplar do técnico Vasco Botelho da Costa que, tal como tinha feito frente ao V. Guimarães, mexeu logo no arranque da segunda parte e lançou a equipa para um triunfo confortável.

Bom início de jogo, de ritmo elevado e com lances perigosos de parte a parte. Logo aos cinco minutos, Olinho, uma das novidades no onze de Silaidopoulos, rematou forte, mas ao lado. A resposta dos cónegos foi imediata e com uma bela jogada de entendimento foi, igualmente, a novidade Vasco Sousa a lançar Schettine, mas o remate do avançado saiu contra Miszta.

O futebol de qualidade continuou a animar as bancadas e o Rio Ave ficou, outra vez, perto de inaugurar o marcador, com André Luiz a surgir no lado esquerdo do ataque, a puxar para o centro, a rematar e a bola a embater na base do poste da baliza do Moreirense. Pouco depois, aos 20’, belo cruzamento de Nikos Athanasiou, Clayton cabeceou de cima para baixo e valeu uma enorme defesa do guardião dos visitados para manter o nulo.

As ocasiões de perigo continuaram a surgir para o lado dos visitantes, com André Luiz a servir Clayton, mas o avançado chegou um pouco atrasado e não conseguiu encostar para o fundo das redes. De seguida, falhanço dos homens da casa, com Kiko Bondoso a ganhar a linha de fundo, a assistir Francisco Domingues, mas o canhoto colocou o pé direito na bola e esta saiu ao lado.

No reatamento, Vasco Botelho da Costa acertou na mouche, pois lançou Diogo Travassos e o lateral apontou o golo com um remate forte de pé direito, ficando ainda na retina a excelente assistência de calcanhar de Dinis Pinto.

O segundo surgiu aos 61’ na sequência de um pontapé canto, com Marcelo a ter uma  entrada de rompante ao primeiro poste de cabeça e a aumentar a vantagem. Pouco depois, Alan fez o terceiro ao arriscar o remate quando estava descaído para a direita e a dar-se bem.

Até final destaque para mais uma bola nos ferros, desta feita na trave, para os vila-condenses, com um belo remate de Spikic e, também, para a quase repetição do segundo tento dos cónegos, mas valeu a enorme defesa de Miszta. Aos 84’, André Luiz reduziu, numa arrancada excecional que terminou com uma picadinha por cima de Caio Secco, fixando o resultado final.

Os cónegos regressam aos triunfos, após o desaire em Barcelos, e já somam 12 pontos, enquanto o Rio Ave segue sem vencer na Liga.

Melhor em campo: Alan (nota 7)
O médio brasileiro é dotado de uma técnica apurada, tratando a bola como poucos. Sempre presente nas saídas para o ataque da sua equipa, sendo que nesta partida acaba por ser decisivo com um golo, o terceiro, que deu uma enorme tranquilidade à equipa, sendo que também assistiu ao apontar o pontapé de canto do qual resultou o segundo tento dos cónegos.

As notas dos jogadores do Rio Ave: Cezary Miszta (5), Pancho Petrasso (5), Jonathan Panzo (5), Nelson Abbey (5), Marious Vroussai (5), Giorgios Liavas (5), Olinho (5), Nikos Athanasiou (5), André Luiz (6), Clayton (5), Dario Spikic (5), João Tomé (5), João Graça (5), Medina (-), Marc Gual (-) e Nikitscher (-).

A figura: André Luiz (nota 6)
O extremo foi sempre o jogador mais perigoso dos vila-condenses, com boas investidas por ambos os flancos na primeira parte, procurando também servir os seus companheiros, mas o golo não surgiu. Perto do final do encontro foi o jogador brasileiro que apontou, numa bela arrancada e finalização, o golo que reduziu a diferença no marcador para apenas dois.

Sotiris Silaidopoulos

Um jogo com duas partes distintas, sendo que na primeira foi boa, em que tivemos muitas oportunidades e devíamos ter marcado pelo menos um golo. Na segunda parte sofremos logo na bola de saída e isso não pode acontecer, sendo que nos colocou um pouco em baixo. Não estivemos em campo no segundo tempo e agora temos de trabalhar muito.

Vasco Botelho da Costa

As oportunidades que o Rio Ave teve na primeira parte acabaram por ser consentidas, pois contra estes jogadores não se pode dar bolas assim. Na segunda parte melhoramos nesse aspeto, sendo mais agressivos, a controlarmos muito melhor o jogo e aquilo que se estava a ver, a espaços, na primeira parte foi o que se viu em todo o segundo tempo.