As condições que Quenda 'exige' para deixar o Sporting
São recordes atrás de recordes. Caso invulgar no futebol mundial de uma ascensão meteórica. Só ao alcance dos craques. E se a época de estreia, aos 17 anos, coincidiu com a da sua afirmação (e explosão), na qual surpreendeu a Europa do futebol, os primeiros três meses e meio de 2025/2026, este já é, pasme-se o leitor, o melhor Quenda de sempre. Em novembro (!) e com tanto por jogar e decidir! Para se ter ideia de todas as barreiras quebradas vamos enumerar algumas no Sporting: mais jovem de sempre num onze da Champions; mais jovem de sempre a marcar na equipa principal; ninguém chegou mais cedo do que ele aos 50 jogos de leão ao peito; o mais novo a marcar num Europeu sub-21; por fim, o sub-17 mais caro da história do futebol após a transferência na época passada para o Chelsea a troco de €51 milhões.
E até podemos começar por aqui. Pelo fim e por essa saída milionária para Londres. Esta será a última temporada em Alvalade, uma decisão na qual Quenda teve também parte ativa. O jovem extremo adiou essa saída prematura, sabe A BOLA, não só para continuar o seu processo de evolução mas também com o intuito de sair em... grande. Tanto em termos coletivos como individuais. Quenda quer uma despedida marcante, ou seja ganhar tudo, para retribuir tudo aquilo que o clube lhe ofereceu desde que chegou à Academia. Mas em termos individuais também quer chegar a Inglaterra com números que lhe permitam ter ambições para ser uma solução firme.
E, se dúvida houvesse, os primeiros meses da temporada dissiparam todas as incertezas que pudessem existir. Quenda está em Alvalade de corpo e alma, disposto a ajudar a equipa no onze ou a partir do banco, a aprimorar qualidades não só técnica, mas sobretudo táticas. Aos impressionantes 54 jogos em ano de estreia (jovem da formação com mais tempo de jogo de sempre numa primeira temporada) seguem-se, agora, mais18 partidas nas quais reforçou o estatuto pelo rendimento apresentado pelos números. Tanto que já temos o melhor Quenda de sempre em... novembro.
Com a assistência para o golo de Hjulmand no jogo com o Santa Clara, o extremo leonino já igualou os seis passes decisivos para golo da época passada. Mais: ao que foi possível apurar, existe já uma meta em mente para o futuro imediato: 10 assistências, dois dígitos em assistências. Antes, com os dois golos apontados ao Alverca, passou a somar 4 golos, mais um dos que em 2024/2025. Um processo de evolução que, tal como A BOLA já havia adiantado, culminado com um trabalho específico feito pelo clube e jogador para ser mais decisivo no capítulo ofensivo. Até porque, entende Quenda, a diferença entre os grandes jogadores e os demais passa por materializar lances capitais nos jogos.
Há, então, um novo Quenda em Alvalade. Mais consistente, mais experiente, mais... letal. A mudança de sistema, promovida por Rui Borges, potenciou ainda mais as qualidades do jogador que se sente mais confortável em zonas adiantadas no terreno. E sublinhamos: estamos em novembro...
Preparado para fazer de... Pote
Extrema direita: ora joga Quenda, ora joga Catamo. Conforme a disponibilidade física e o adversário em questão. A polivalência de Quenda, porém, abre espaço para que possa ser solução em outras posições. Esta temporada, por exemplo, já foi testado no corredor central, lugar habitualmente ocupado por Trincão, mas agora, face à lesão de Pedro Gonçalves, Quenda está na linha da frente para ser lançado no corredor... esquerdo.
Uma adaptação que está longe de ser nova e que, convém lembrar, foi várias vezes testada aquando da longa lesão de Pedro Gonçalves na época passada. Existem outras opções em cima da mesa, como uma aposta sobre Alisson Santos (que poderá ser opção principal diante do Marinhense para a Taça de Portugal), mas também Geny Catamo que já foi igualmente solução pela esquerda. Ainda assim, Quenda surge nesta altura como principal alternativa para os jogos de maior exigência...