André Luiz quis dar a 'missa do galo', mas Pablo apareceu na 24.ª hora (crónica)
A quatro dias do Natal, os galos entraram sem cerimónias e quiseram para dar a própria missa. Num jogo de sentido único, Luís Esteves assumiu a batina e esteve em destaque no primeiro tempo. Ainda assim, foi Murilo a inaugurar o marcador, com muita naturalidade, depois de tanto sermão gilista.
Tanto o galo cantou que o Gil marcou… Só que os comandados de César Peixoto nem tiverem tempo para festejar. É caso para dizer que mal sabiam da missa a metade… Logo no lance a seguir, André Luiz foi lançado na frente, partiu tudo pela direita e só parou no golo. Balde de água águia fria, num fim de tarde por si só já bastante chuvoso.
O jogo foi 1-1 para o intervalo, com os vilacondenses a concretizarem o único remate à baliza que fizeram. Pelo contrário, a turma de Barcelos desperdiçou muitas das várias oportunidades que criou - principalmente por Santi García e Luís Esteves, os mais rematadores dos minhotos.
À entrada para o segundo tempo, o Gil Vicente manteve a toada e continuou a carregar junto à área rioavista. Apesar do claro domínio, os gilistas não estavam a conseguir encontrar tantas vezes o caminho da baliza, enquanto o Rio Ave ia assustando no contra-ataque. Seriam mesmo os forasteiros a cantar o 2-1, com o suspeito do costume, André Luiz, envolvido. Com uma arrancada e um cruzamento rasteiro pela direita, o extremo brasileiro provocou o autogolo de Espigares.
Logo a seguir, Tidjany Touré marcou um golaço de fora de área... só que não valeu. Foi anulado por mão na bola de Luís Esteves. Os minhotos até estavam melhor no jogo, mas com um golo sofrido e outro anulado começaram a acusar o nervosismo, com a partida a aproximar-se do final.
O jogo começou a ficar muito faltoso, quezilento e bom para o árbitro dar cartões - destaque para o amarelo dado a Clayton, ao ser substituído, por se recusar a sair por onde o árbitro o mandou. Viu o quinto amarelo no campeonato e vai falhar o jogo da próxima jornada frente ao Sporting.
O segundo remate e o primeiro canto do clube da caravela surgiram apenas depois do 90': Andrew travou um livre de Aguilera, que ia entrar no ângulo, com uma grande defesa.
Se parecia que André Luiz iria ser o sacerdote desta missa do galo, Pablo (que entrou perto dos 60') apareceu mesmo à 24.º hora para lhe estragar o Natal. Após o golo, houve confusão junto aos bancos, no menor - diga-se - dos espíritos natalícios. Gilistas igualaram recorde de pontos numa primeira volta: os mesmos 26 de 2021/22.
As notas dos jogadores do Gil Vicente (4x2x3x1): Andrew (5); Zé Carlos (5); Espigares (4); Elimbi (4); Hevertton Santos (4); Cáseres (5); Santi García (6); Murilo (7); Luís Esteves (6); Joelson Fernandes (6) e Gustavo Varela (6); Pablo (7); Tidjany Touré (6); Bermejo (5); Rodrigo Rodrigues (-); Martín (-)
As notas dos jogadores do Rio Ave (3x4x3): Miszta (6); Petrasso (5); Panzo (5); Brabec (5); João Tomé (5); Andreas Ntoi (5); Aguilera (5); Nikos Athanasiou (5); André Luiz (7); Olinho (5); Clayton (4); Antonis Papakanellos (5); Nikitscher (4); Nelson Abbey (-) e Giorgos Liavas (-)
César Peixoto, treinador do Gil Vicente
«Foram 90 minutos completamente dominados por nós. Fomos uma equipa que quis jogar e dominou o jogo a todos os níveis. Infelizmente, não fomos eficazes. Fizemos três golos, só valeram dois. Ainda não percebi muito bem porquê. Começa a acontecer que as equipas não querem jogar contra nós, quebrando o ritmo de jogo. Estou mesmo muito orgulhoso da minha equipa. O resultado é muito injusto. A equipa está muito bem, mas frustrada com o resultado.»
Evagelos Samios, treinador adjunto do Rio Ave
«Jogámos contra uma grande equipa, muito forte em casa. Mas acho que merecíamos ter ganho, especialmente pelo que fizemos na segunda parte, onde estivemos muito bem, especialmente nas transições ofensivas. Além disso, conseguimos segurar mais bolas e criar oportunidades. Estivemos bem. Quero dar os parabéns aos meus jogadores. Acabámos por sofrer o golo do empate no último minuto...»