«Amoura é difícil de agarrar»
O defesa-central Hélder Baldé, 27 anos, recorda Mohamed Amoura, com quem jogou no Lugano, da Suíça, como um «sonic», personagem de videojogos cujo principal atributo é a velocidade supersónica, que ultrapassou barreiras para se afirmar com golos e boa disposição.
Amoura entrou no futebol europeu pela porta do Lugano, em 2021. E, na primeira experiência fora do país dele, o avançado argelino desejado pelo Benfica partilhou balneário com Hélder Baldé, que no mesmo verão trocou a Vila das Aves pela Suíça.
Baldé, em conversa com A BOLA, recorda Amoura como um «brincalhão» que, mesmo não sendo fluente na língua italiana, «fazia bom balneário». O desconhecimento do dialeto principal da cidade localizada a poucos quilómetros da fronteira transalpina condicionou a adaptação do argelino, mas não evitou que terminasse essa época como o terceiro melhor marcador do Lugano, com seis golos.
«Sentiu algumas dificuldades no início, mas foi entrando na equipa e fazendo golos», lembra Hélder Baldé, numa época que terminou com a conquista da Taça da Suíça. A polivalência foi sempre um trunfo para quem a altura (1,70 m) não é problema, como conta o central luso-guineense: «No Lugano jogava tanto à esquerda como atrás do ponta de lança. É muito rápido e muito ágil. Parece um sonic. Sabe posicionar-se no ataque.»
A velocidade estonteante e a capacidade de comandar transições ofensivas rápidas precipitam comparações com Rafa, velho conhecido dos benfiquistas. Convidado a fazer um paralelo entre Amoura e um jogador português, Hélder Baldé reforça esta ideia: «É muito parecido com o Rafa. É um jogador difícil de apanhar. Como é muito ágil consegue ultrapassar adversários mais fortes.»
Na segunda época no Lugano, o «baixinho» Amoura apurou o «faro de golo» identificado por Baldé, que já não integrava o plantel, registando dez remates certeiros e cinco assistências em 2022/23.
Dois anos depois, Amoura entra no radar do Benfica e o defesa-central saúda a decisão das águias. Fã das características do antigo companheiro, Hélder Baldé recusa comentar os €35 milhões pedidos pelo Wolfsburgo, preferindo antecipar como Amoura encaixará no sistema de Bruno Lage: «Vai começar no banco e ganhar espaço a partir daí. É muito bom jogador.»
Esta não é a primeira vez que o destino de Hélder Baldé se cruza com as águias. O defesa-central representou o Benfica entre 2010 e 2012, antes de regressar ao Seixal pela porta dos juniores, quatro épocas depois.
No Benfica Campus, Baldé somou apenas seis jogos pela equipa B dos encarnados, tapado por dois futuros titulares da defesa da equipa principal: Rúben Dias e Ferro. «O Rúben é talvez o jogador mais profissional com quem já trabalhei. Tentava aprender e tirar o melhor de todos os treinos. Toda a gente já sabia que iriam chegar à equipa principal», recordou Hélder Baldé, que deixou as águias em 2019.
Atualmente sem clube, após ter terminado contrato com o Casarano, da Série D italiana, Hélder Baldé estuda o próximo passo na carreira: «Estou à procura do melhor projeto para me afirmar.»