Amorim taxativo: «Nem o Papa me vai fazer mudar a tática...»

Na véspera de um jogo importante frente ao Chelsea, Ruben Amorim respondeu com firmeza às críticas sobre a sua insistência no sistema tático 3x4x3, garantindo que não cederá à pressão externa. Depois de mais uma semana turbulenta no clube, marcada pela derrota no dérbi de Manchester frente ao City e pela visita de Sir Jim Ratcliffe ao centro de treinos de Carrington, o técnico português manteve o tom descontraído, mas deixou claro que a sua convicção é inabalável.

Questionado se o investidor britânico lhe teria sugerido alterações na estrutura da equipa, Amorim respondeu com humor: «Não, não, não. Ninguém. Nem o Papa vai mudar… Isto é o meu trabalho, a minha responsabilidade, a minha vida. Não vou mudar.»

«Se eu fosse jogador e visse um treinador que, com muita pressão e toda a gente a dizer que é preciso mudar o sistema, decidisse mudar, eu olharia para ele de forma diferente. Tenho de fazer as coisas à minha maneira. Tudo é importante quando se pensa no impacto que uma decisão terá na equipa. Estou a fazer as coisas à minha maneira. Espero ter tempo para mudar, mas será uma evolução», considerou.

Antes do duelo com os blues em Old Trafford, Amorim também comentou a posição de Bruno Fernandes, que deverá voltar a atuar num papel mais recuado no meio-campo devido ao regresso de Matheus Cunha. Apesar das críticas à falta de acompanhamento defensivo do capitão - erros que já custaram golos frente ao Fulham e ao Manchester City - Amorim continua a defender a sua visão.

«Quero que o Bruno tenha mais posse para tentar controlar o jogo. Talvez não tenha a mesma liberdade para aparecer na área, mas ele continua a chegar lá e a rematar. Às vezes sentimos falta dele mais adiantado, mas com o Cunha em campo ganhamos um homem extra. Ele gosta de jogar mais à frente, mas tem um trabalho a cumprir e vejo-o bem no centro do meio-campo», disse.

Com apenas uma vitória em quatro jogos na Premier League e já fora da Taça da Liga após eliminação frente ao Grimsby, Amorim sabe que precisa urgentemente de resultados, mas mostra-se inabalável na sua filosofia.