A análise de Pedro Henriques à arbitragem do Sporting-Arouca
3’ Há uma queda na área dos leões, num lance cujas repetições só foram dadas alguns minutos depois. Nas imagens mostradas pela câmara por trás da baliza, fica evidente que Ivan Fresneda, com ambas as mãos nas costas de Dylan Nandim, o empurra de forma clara, levando à queda do jogador arouquense, que ficou fora do lance em virtude da infração. É certo que, ao sentir as mãos nas costas, Nandín exponenciou a queda, tal como fazem todos os jogadores nestas circunstâncias, mas isso não invalidou a existência da infração. Faltou VAR neste lance e, embora perceba que não se queiram imiscuir em situações de contactos, este lance é mais do que isso, trata-se de um empurrão e com consequência. Penálti por assinalar!
16’ Trincão chegou tarde e fora de tempo e acaba por pisar com o seu pé direito o pé também direito de Taichi Fukui. Era apenas livre direto sem qualquer sanção disciplinar, tratou-se apenas de uma entrada imprudente (pela lei sem cartão amarelo).
20’ Em lance corrido, fica a ideia clara de que João Valido, guarda-redes do Arouca, ao sair aos pés de Luis Suárez, toca no avançado e derruba-o, o que seria motivo para penálti. Mas como, ato contínuo, a bola sobrou para Ricardo Mangas, que faz golo, fez bem o árbitro em não ter apitado logo, ter feito um compasso de espera, com a bola entrou na baliza e validar o golo. De recordar que este compasso de espera, não é lei da vantagem, que não é aconselhada a dar em casos de penálti, lei da vantagem significa esticar um braço e em simultâneo dizer siga ou joga, mas compasso de espera é abster-se de apitar de imediato e esperar se há golo, nesse caso valida, se não houver tem tempo para então apitar e assinalar o penálti. Tudo certo nesta forma de atuar de Hélder Malheiro neste lance em específico.
24’ Amarelo bem mostrado a Fresneda, pois não pode junto à linha lateral protestar de forma tão evidente com a indicação do árbitro assistente e muito menos pode chegar tão perto do assistente quase promovendo um contacto que pode ter outras consequências em termos disciplinares.
26’ Faltou mostrar dois cartões amarelos no mesmo lance para dois jogadores diferentes: para Pedro Santos, por uma entrada negligente e por trás com joelho no calcanhar de Luis Suárez; depois, para o próprio avançado colombiano dos leões pelo gesto com a mão a pedir cartão amarelo para o seu adversário.
27’ Bem o VAR ao chamar o árbitro para ir ao monitor rever o lance no qual não tinha assinalado nenhuma infração, mas com as repetições ficou claro que Nandín, ao esticar a sua perna direita, acertou em cheio com a sola e de pitons nas costas (zona mais lateral) de Gonçalo Inácio, levando à sua queda. Pontapé de penálti bem assinalado. Quanto à decisão disciplinar, o árbitro mostrou cartão vermelho por considerar ter havido conduta violenta. Aqui surgem as recomendações que foram dadas aos árbitros neste início da época em que tudo o que sejam entradas de sola, pés no ar, pitons, entradas em modo 'karaté', tudo o que seja no limite, irem por cima e dar a punição maior e nesse sentido percebo o vermelho que foi mostrado. De qualquer forma, olhando para o lance, e não obstante as recomendações, não estou totalmente de acordo, nem com a recomendação, pois corremos o risco de ter muitos jogos que não acabam com onze jogadores. Mais do que tudo, neste lance em concreto e específico parece-me muito mais uma entrada negligente, onde a abordagem é típica de quem tenta jogar a bola, não consegue e que acaba por não ter em conta o perigo e as consequências do seu ato, onde o cartão amarelo parece-me sempre o mais adequado.
47’ Nais Djouahra caiu na área, mas as repetições são claras, não houve motivo para penálti.
50’ No quarto golo não houve infração à lei do fora de jogo: no momento do passe de Vagiannidis para Ricardo Mangas, este foi colocado em jogo por Amadou Danté.
62’ No quinto golo, obtido por Luis Suárez, não há qualquer infração cometida por Debast sobre Trezza aquando do desarme e da recuperação da bola no início da jogada.
65’ Faltou mostrar o amarelo a Popovic por uma entrada por trás, uma pisadela de sola no calcanhar de Luis Suárez. Esta infração foi negligente e deveria ter sido disciplinarmente sancionada.