Erik Lambrechts dirigiu a partida em Budapeste
Erik Lambrechts dirigiu a partida em Budapeste - Foto: IMAGO

A análise de Pedro Henriques à arbitragem do Hungria-Portugal

Num jogo fácil de dirigir, com o resultado em aberto, juiz Erik Lambrechts controlou técnica e disciplinarmente todas as incidências, rubricando uma arbitragem positiva

21’ O golo da seleção húngara, que inaugurou o marcador na Puskás Aréna, foi legal e sem qualquer infração à lei do fora de jogo. Tanto Zsolt Nagy, no corredor esquerdo, como Barnabas Varga, que finalizou no centro e que estava atrás da linha da bola aquando do passe do seu colega, estavam em jogo.

36’ O golo de Portugal, que assinalou o empate (1-1), foi também completamente legal. Apôs o passe de pé esquerdo de João Cancelo, a bola viajou até Bernardo Silva, que estava a ser colocado em jogo por Milos Kerkez. Ao deixar o seu pé para trás, o lateral-esquerdo do Liverpool acabou por validar a posição do jogador português do Manchester City. No centro da área, Cristiano Ronaldo estava em posição de fora de jogo posicional, mas não teve qualquer interferência ou impacto, nem na jogada nem em nenhum adversário que estivesse envolvido no lance. Tanto o assistente como o árbitro belga validaram o golo, sendo que o VAR confirmou rapidamente o tento da igualdade, após a colocação das linhas de fora de jogo.

45’ Foram dados dois minutos de tempo extra no final dos primeiros 45 minutos, em função, sobretudo, do tempo em que o árbitro esteve à espera da validação do golo do empate de Portugal, onde estiveram a ser colocadas as já referidas linhas de fora e jogo no VAR.

56’ Penálti, a favor de Portugal, bem assinalado pelo árbitro e confirmado depois pelo VAR. Na ocasião, Cristiano Ronaldo rematou, depois de um canto da direita, e a bola foi intercetada de forma deliberada pela mão esquerda do defesa Loic Nego, que tinha o braço levantado. Com a mão ao lado da cabeça e em posição não natural, acabou por ganhar volumetria extra, pelo que a decisão de assinalar o castigo máximo foi a correta.

56’ Barnabas Varga, após ter sido assinalado o castigo máximo a favor da Seleção portuguesa, protestou com o árbitro, tanto com palavras como com gestos intimidatórios, ao ir na sua direção,. O avançado húngaro foi parado por um colega de equipa, que o agarrou. Este comportamento e atitude foram devidamente sancionadas com o respetivo cartão amarelo.

73’ Dominik Szoboszlai cruzou a bola e Francisco Trincão, com o seu braço esquerdo bem aberto e fora do plano do corpo, intercetou o esférico com a mão. Bem assinalado o pontapé livre direto. Sempre que há um cruzamento para uma zona onde se encontram vários jogadores de ambas as equipas, se um jogador intercetar a bola com o braço ou mão, como foi o caso de Trincão, este não deve ser advertido. É uma alteração/indicação já com alguns anos que serva para, de alguma forma, diminuir a quantidade de cartões amarelos nos jogos. Justifica-se pelo facto de não ser um passe entre dois colegas, e sendo um cruzamento para a molhada, acaba por nunca haver um corte de jogada ou ataque prometedor.

77’ João Neves pára claramente a saída em transição de Dominik Szoboszlai, entrando de forma negligente, de frente, com o seu pé direito ao pé esquerdo do seu adversário, razão pela qual foi corretamente advertido pelo juiz da partida.

78’ Cristiano Ronaldo pede penálti por eventual mão de Attila Szalai, na área húngara, apos o capitão da seleção portuguesa ter feito o cruzamento, mas uma eventual infração de mão e respetivo pontapé de penálti a favor de Portugal seriam sempre anulados, dado que CR7 partiu claramente de posição de fora de jogo apos o passe de Pedro Neto.

86’ No terceiro golo português, João Cancelo, que finalizou com sucesso para o 3-2, recuperou a bola de forma legal, pois intercetou com o seu pé esquerdo o esférico sem tocar, rasteirar ou derrubar Milos Kerkez, que, não obstante não ter sofrido qualquer infração, acabou por cair no relvado. Boa decisão e golo legal que deu a vitória da equipa das Quinas.

90’ Foram dados cinco minutos de desconto, recuperação de tempo perdido, em função das seis paragens para substituições (quarenta e cinco segundos para cada paragem), dois cartões amarelos e três golos que ocorreram na segunda parte.

90+5’ Cartão amarelo bem mostrado a João Palhinha por uma entrada em tackle frontal a dois pés a varrer o pé direito de Loic Nego. Uma entrada dura, negligente e bem sancionada disciplinarmente.

Positivo
Um jogo com apenas 15 faltas e 3 cartões amarelos. O ter acertado na marcação do penálti a favor de Portugal. Assistentes em bom plano
Negativo
O facto de, a este nível, a tecnologia do fora de jogo não ser como na Liga dos Campeões, fora de jogo semiautomático com as imagens tridimensionais

A nota do árbitro: 7