Rocha esmaga Ruud num «dia típico Taça Davis»
Quando parecia que as coisas poderiam complicar-se para a Seleção, Henrique conseguiu aquilo que Rui Machado disse ser «um dos melhores jogos e vitórias na Taça Davis», e deixou tudo em aberto para hoje
«Foi um dia muito típico Taça Davis», desabafou o capitão Rui Machado já inicio de madrugada em Bekkesstua, a 15 km de Oslo, onde decorreu o primeiro dia da eliminatória do Grupo Mundial 1 da Taça Davis entre Noruega e Portugal.
Ao longo da carreira como jogador, em que disputou 27 partidas na prova em 28 convocatórias, e agora como treinador, Machado, atual selecionador nacional e diretor técnico nacional, viu muitas surpresas acontecerem na Davis. Ontem, na Nadderud Arena, assistiu a mais uma.
Com uma sensacional exibição em que nunca mostrou receio perante o gigantismo do adversário e foi buscar bolas que pareciam perdidas e respondeu a outras de forma assertiva, Henrique Rocha, de 20 anos, atual 159.º do ranking ATP, venceu o segundo encontro do dia batendo o 9.º mundial Casper Rudd por 2-0, com parciais de 6-3, 6-4. Êxito que igualou a eliminatória a 1-1 e eleva a expectativa para os embates deste sábado, último dia da prova, e no qual ficará decidido quem segue para a qualifiers da Taça Davis, ronda que carimba o visto que dá acesso à fase final, agendada para fevereiro de 2025.
«Acabou com 1-1, que era o resultado que muita gente estava à espera que acontecesse, mas, de certa forma, com muitas surpresas porque, provavelmente, não estava à esperava que o Henrique ganhasse ao Rudd. Demonstrou, mais uma vez, que consegue jogar a um nível extraordinário, só que agora fê-lo durante um encontro inteiro e contra um top-10. Ficará com o registo de um dos melhores jogos e vitórias de sempre na Taça Davis», afirmou Rui Machado à comunicação da federação de ténis, sem esquecer que o jovem que lidera no CAR Jamor se tornara no primeiro português a superar um top-10 na Davis.
Recorde-se que Casper Rudd, de 25 anos, chegou a ser n.º 2 do ranking em 2022 e foi finalista nos grand slams de Roland Garros (2022, 2023) e US Open (2022).
Quanto ao encontro de Jaime Jaime Faria (157.º), que se estreou na Seleção tendo de substituir o melhor tenista nacional e lesionado Nuno Borges (30.º), com limitações no pulso esquerdo, Machado considerou que «foi daqueles jogos da Taça Davis que são decididos por detalhes. Foi pena», refere sobre o confronto inaugural contra o norueguês Nicolai Budkov Kjaer (737.º), n.º 1 do mundo júnior, em que o português perdeu por 4-6, 6-3 e 7-6 (7-4).
«O adversário, possivelmente devido ao facto de jogar em casa, conseguiu um ou dois deslizes do Jaime. Teve mérito, jogou muito e creio que iremos ouvir falar dele [Kjaer] nos próximos anos pois é um jovem com muito potencial».
Faria até começara o embate da melhor maneira (4-6), mas depois até ter tido a hipótese de ganhar o terceiro set ao dispor de dois pontos para fechar a seu favor no serviço do adversário, Nicolai Kjaer igualou a 6-6 para resolveu as coisas no tie-break por 7-4.
«Estamos empatados a 1-1 e amanhã [hoje], continua tudo em aberto. Mais uma vez o par vai ser determinante nesta eliminatória. Será nisso que nos teremos de focar», concluiu o capitão da Seleção que deverá fazer alinhar Jaime Faria e Francisco Cabral, mas não estando afastada a possibilidade de Nuno Borges ter conseguido recuperar da lesão de forma a jogar contra a dupla Casper Ruud e Viktor Durasovic.
Após este jogo seguem-se os duelos em singulares de Casper Rudd contra Jaime Faria e Nicolai Budkov Kjaer com Henrique Rocha. Também aqui não se excluiu que Borges surja no lugar de Faria.