Xabi Alonso: «em choque» pelo comunicado do Real, surpreende com treinador que mais o influenciou
Foi a primeira conferência de imprensa de Xabi Alonso como treinador do Real Madrid, mas já mostrou ser experiente a fugir das perguntas mais complicadas, mas mesmo das aparentemente mais simples também soube gerir.
Por exemplo, arrancou gargalhadas quando lhe perguntaram quando soube que seria o sucessor de Carlo Ancelotti. Claro que queria saber-se há quanto tempo estava a negociar, mas quis ser cavalheiro, evidentemente, e por isso optou por manter o mistério, com humor:
«Quando? É preciso que eu queira vir, que eles me queiram. Desde ontem considero-me treinador do Real Madrid, hoje ainda mais. Quando soube? Ontem, quando caiu o comunicado, foi um choque ...»
Quanto a jogadores que terá pedido, não houve uma pergunta direta sobre Álvaro Carreras, do Benfica, com o treinador a explicar que antes quer conhecer todo o plantel. «O nosso dever é sempre melhorar, já tenho vontade de começar. Não venho com exigências, mas sim com vontade de trabalhar e sempre melhorar», disse, falando sobre problemas identificados esta época na defesa: «Analisei e estou a pensar como sermos equipa equilibrada, com controlo, dentro das qualidades individuais dos jogadores. Temos de desenvolver o espírito coletivo, isso dará uma estabilidade e permitirá florescer as qualidades individuais.»
Mas do que precisa? «É claro que fiz uma análise do clube e dos jogadores. Utilizo-a para a ideia que tenho, para o projeto que iniciámos. As equipas dependem dos jogadores e estes são de um nível muito elevado. Têm um nível competitivo muito elevado. O desafio é formar uma equipa e fazer sobressair o seu potencial, para que todos trabalhem em conjunto. Se o conseguirmos, teremos uma força.... Não direi imparável, mas muito poderosa.»
O treinador foi também questionado sobre a chegada de Huijsen e a saída de Modric, sem querer esclarecer se fez parte destas decisões. «Quando se trata de Modric não consigo ser objetivo, fomos companheiros, tivemos química. Quando saí ele foi o maestro. Ver a despedida que teve deixa-nos orgulhosos. Vou ter a sorte de o treinar no Mundial de clubes, espero corresponder.»
Xabi falou ainda sobre suceder a Ancelotti e que treinadores o influenciaram, Ancelotti, Mourinho, Guardiola: «É um desafio muito bonito, podemos fazer coisas que deixem os adeptos orgulhosos. Provavelmente estou aqui pela influência deles todos, tive sorte, tentei ter curiosidade e proximidade com eles [enquanto jogador], para tentar entender. O meu pai foi treinador, se calhar ele a maior influência, com todos eles aprendi, mas vais fazendo o teu caminho. Mantenho contacto e tenho boa relação com todos.»
O treinador disse ainda que se decidiu pegar na equipa antes do Mundial de Clubes para «adiantar processos» e «poder já lutar por um título», falando de como deseja que seja o «seu» Real Madrid: «É uma boa pergunta porque futebol pede que se seja flexível. Claro que tenho uma ideia, mas o sistema pode der dinâmico. Quero que se ligue aos adeptos, e para isso temos bons jogadores.»
Rodrygo está no projeto? O brasileiro tem sido um dos elos mais fracos desde a chegada de Mbappé e pouco utilizado. «É jogador do Real e vou falar com todos, porque o merecem, temos de nos conhecer. Ele é espetacular, não sou eu que vou descobrir isso, mas vamos precisar dele.»