Defesa de 26 anos lembra «os quatro ou cinco milhões de adeptos do Sport». «Estava escrito que jogaria num leão», diz o ex-sportinguista
Aos poucos, João Silva assume o estatuto de pilar da equipa de Pepa no Sport. Titular na zaga, já até marca, como no dérbi com o Santa Cruz, depois de Gonçalo Paciência ter inaugurado o marcador. Uma adaptação rápida, portanto, apesar do impacto inicial. «Nos primeiros dias foi mais difícil, de treinos com temperatura abaixo de zero para cerca de 30 e com muita humidade, a primeira semana custou, agora já me habituei», disse o ex-jogador do gelado Kortrijk, da Bélgica.
«Não estava à espera de um convite do Brasil mas o meu agente falou-me da possibilidade, o mister Pepa também me ligou, elogiou muito o clube e como tenho amigos em comum com o Gonçalo contactei-o, ele também me disse coisas muito boas, e decidi-me por vir para uma liga muito competitiva no ‘país do futebol’, como se diz».
Eis o ‘maior do Nordeste’, treinado por Pepa, que tem sob as suas ordens quatro adjuntos e um trio de jogadores, Sérgio Oliveira, Gonçalo Paciência e João Silva, todos nascidos em Portugal
O jogador, que tem passagem também pelo Istra, da Croácia, compara os tipos de futebol. «Aqui qualquer jogador, mesmo de divisões mais baixas, tem muita qualidade técnica, muita capacidade de pegar na bola e fazer a diferença, na Bélgica o futebol é mais físico, assim como na Croácia, já Portugal é físico e técnico mas sobretudo tático, eu diria».
«O meu objetivo agora é crescer, jogar o máximo de vezes, e o objetivo do clube, segundo conversamos no balneário, é continuar na Série A mas, como somos um clube muito grande no Brasil, lutar sempre pelos três pontos, o Pepa é top, top, identifico-me com ele e todos os jogadores acho que estão felizes, então a nação é grande», afirma Silva.
«Sinto-me como se estivesse num grande de Portugal, a torcida do Sport são quatro ou cinco milhões, Portugal tem 10 milhões de habitantes, dá para se ter uma ideia... É muito grande, a torcida cobra, pressiona e nós temos de nos adaptar...»
E o Sporting? Ainda está entalado não ter atuado na equipa principal? «Estava escrito que ia jogar no leão [risos]. Voltar ao Sporting? Nunca se pode dizer nunca, é um clube que me deu muito, onde cresci, onde aprendi todos os dias com os melhores, o que passou, passou, não guardo rancor, pelo contrário, guardo carinho mas agora tenho de pensar no Sport».
Gonçalo Paciência está feliz no novo clube, onde já marca que se farta. Mas não esquece o primeiro amor