Hugo Viana deu a ganhar 150 milhões ao Sporting

NACIONAL04.02.202513:41

Entre sucessos e fracassos de mercado, o saldo do antigo diretor desportivo dos leões é muito positivo. E no campo desportivo foram dois campeonatos, três Taças da Liga, uma Supertaça e uma Taça de Portugal

O Sporting anunciou esta terça-feira a saída antecipada de Hugo Viana do cargo de diretor desportivo, mudando-se já de armas e bagagens para o Manchester City, com quem já colaborava numa espécie de regime de part-time e que deveria ocupar a tempo inteiro apenas a partir da próxima época, como anunciado no passado dia 12 de outubro. Sai então já Hugo Viana, entram Bernardo Morais Palmeiro e Flávio Costa em Alvalade também por antecipação. Altura de fazer balanços e contas e, na hora da despedida, são muito positivos para Viana.

Oficial: Hugo Viana de saída do Sporting

4 fevereiro 2025, 10:16

Oficial: Hugo Viana de saída do Sporting

Leões comunicam que Hugo Viana solicitou a antecipação da sua saída do clube, inicialmente prevista para o final da presente época desportiva. Novo diretor-geral do futebol, Bernardo Palmeiro, e diretor técnico e de ‘scouting’, Flávio Costa, iniciam funções esta terça-feira

Nunca o Sporting vendeu tanto e tão bem e nunca também investiu tanto e, entre sucessos e fracassos de mercado, com tão bons resultados que tiveram tradução num sucesso desportivo como há muito não se via em Alvalade. Afinal de contas, desde setembro de 2018 – altura em que Frederico Varandas ganhou as eleições, após o verão quente que marcou a transição da era Bruno de Carvalho, e com ele levou o diretor desportivo – foram dois campeonatos nacionais, três Taças da Liga, uma Supertaça e uma Taça de Portugal.

O sucesso maior começou com também com um grande investimento: em Ruben Amorim, em março de 2020, 10 milhões de euros pagos ao SC Braga numa operação na altura considerada de risco elevadíssimo mas que se revelou mais do que acertada – pelos títulos conquistados pelo treinador e pelas vendas que permitiu . E olhando para esses valores de compras e vendas, um saldo positivo de quase 150 milhões de euros – tendo em consideração os dados do site especializado Transfermarkt, atualizados com os valores por objetivos conhecidos.

ÉPOCA A ÉPOCA

Tudo começou em janeiro de 2019, primeira janela de transferências da administração Varandas com as negociações conduzidas por Viana. As principais entradas foram Doumbia, Borja, Tiago Ilori e Luiz Phellype, para um total de €11 milhões; as principais receitas foram com Demiral (€3 M) para um total de 4,3 milhões – saldo negativo de €6,7 M.

2019/2020 foi a primeira época totalmente da responsabilidade da administração atual (ainda com Viana). Comprou-se Vietto (€11 M), Sporar (€6 M), Rosier (€5 M) e Rafael Camacho (€5 M)… Vendeu-se Bruno Fernandes (55 milhões à cabeça que, com objetivos, já chegam aos €65 M), Raphinha (€21 M), Thierry Correia (€12 M)… Compras de 32 milhões e vendas de 115,2 para um saldo de 83 milhões.

A época 2020/2021 obrigou a um investimento de 42,85 milhões. Começou com Pedro Gonçalves, Nuno Santos, Feddal, Tabata… e terminou com 16 milhões de euros pagos pelo passe de Paulinho em janeiro (à data a mais cara aquisição da história do clube), com os olhos no título que voltou a Alvalade 19 anos depois. Vendeu-se Wendel, Acuña, Matheus Pereira, Vietto, num total de 51,38 milhões de euros. Entre o deve e o haver, receita de 8,5 milhões.

2021/2022 revelou-se negativo nestas contas. As principais compras foram Ugarte, Edwards e Esgaio, num total de quase 40 milhões de euros, vendas foram poucas, embora já de olhos na época seguinte – saiu Nuno Mendes por empréstimo com taxa de €7 M mas com venda certa no verão seguinte para um total de 45 milhões. Nesta temporada as contas foram de -23 milhões.

A época 2022/2023 foi a mais proveitosa de todas: encaixe de 86 milhões de euros, muito por culpa das vendas de Matheus Nunes (€45 M), o tal encaixe de Nuno Mendes, a venda do passe de Palhinha por €21 M e de Gonzalo Plata por € 9M. No total, as vendas ascenderam aos 139 milhões, as compras aos 53 milhões, as mais caras a de St. Juste e de Rúben Vinagre (ambas €10 M).

Tinha sido uma temporada proveitosa no campo financeiro mas má desportivamente, muito por culpa das vendas que limitaram o plantel. Mas foram lançadas as bases para o título dá época seguinte, o segundo em três anos. Porque permitiu investir em 2023/2024, por exemplo, em Viktor Gyokeres – 20 milhões de euros mais 4 milhões em objetivos, a mais cara compra da história do Sporting – e em Hjulmand (18 milhões). Vendeu-se também o passe de Ugarte por 60 milhões de euros ao PSG e recebeu-se os 45 milhões de Pedro Porro que seguira para o Tottenham, bem como os 12 milhões de Chermiti e os 8 milhões de Tiago Tomás. Entraram 124 milhões, saíram 64, saldo positivo de 60 milhões de euros.

A fotografia em que Hugo Viana aparece junto do dirigente do City

Na última época de Viana, as principais compras de verão foram Harder (€19 M), Debast (15,5) Maxi Araújo (13,6) e Kovacevic (4,8). Neste inverno houve ainda Biel (€6 M) – Rui Silva chegou por empréstimo com cláusula obrigatória de quase 5 milhões. Encaixe houve no verão, com Fatawu, Mateus Fernandes e Paulinho. Saldo negativo de 58 milhões, segurou-se as principais peças a pensar no bicampeonato e com promessa de muitas vendas no verão de 2025…