Foi adjunto no FC Porto e elogia: «Gabri Veiga é excelente contratação»

Os últimos dias da gestão do FC Porto ficaram marcados pela conclusão do negócio relativo à contratação de Gabri Veiga, com o jovem médio espanhol a ser oficializado pelos dragões, que por 90 por cento do seu passe pagaram 15 milhões de euros aos sauditas do Al-Ahli - verba que pode ainda crescer mais €4 M mediante a concretização de objetivos desportivos.

O jovem médio espanhol, de 23 anos, assinou um contrato de cinco temporadas com o emblema azul e branco, sendo que o facto de ficar ligado aos portistas até 2030, e com uma cláusula de rescisão de 65 milhões de euros, atesta bem a confiança que a SAD liderada por André Villas-Boas deposita no internacional sub-21 pelo seu país.

Formado no Celta de Vigo, clube pelo qual se estreou enquanto sénior e que representou por 55 ocasiões na equipa principal - com especial incidência na época 2022/2023, na qual somou 34 partidas, apontou 11 golos e realizou quatro assistências -, Gabri rumou, na época passada, ao futebol árabe, sendo que durante um ano e meio continuou a destacar-se, desta feita com a camisola do Al-Ahli, conjunto ao serviço do qual contabilizou 66 jogos, 12 golos e 10 assistências. Todo este trajeto, em Espanha e na Arábia Saudita, despertou a cobiça do FC Porto, que tudo fez para garantir a sua contratação e oferecer a Martín Anselmi um reforço que se prevê de extrema importância para o setor intermediário. A começar já pelo Mundial de Clubes, competição em que os dragões estão inseridos no Grupo A e onde vão medir forças com Palmeiras (Brasil), Inter Miami (Estados Unidos) e Al-Ahly (Egipto).

Para que se possa ter uma visão mais pormenorizada sobre as características de Gabri Veiga, A BOLA esteve à conversa com José Gomes, técnico português que trabalhou no FC Porto entre 2008 e 2010, então como adjunto de Jesualdo Ferreira, e que na temporada que agora finda orientou o Al-Fateh, tendo sido, por isso, adversário do médio espanhol.

«O Gabri é muito inteligente, conhece bem o jogo e tem óticas dinâmicas. Liga o motor desde trás e tem imensa facilidade em chegar a zonas de finalização. É um jogador com qualidade de posse, visão de jogo e inteligência acima da média. Essas capacidades permitem-lhe ser possuidor de um futebol pensado. Não é um médio estático, é alguém que procura a bola para depois definir da melhor forma, seja através do último passe ou da chegada à frente para poder fazer golos», analisa.

Num passado (muito) recente o FC Porto foi feliz com um outro médio espanhol, como foi o caso de Nico González - transferido no último defeso para o Manchester City, por 60 milhões de euros -, e o nosso jornal questionou José Gomes sobre possíveis semelhanças entre os dois jogadores: «São diferentes. Estamos a falar de dois elementos de enorme valia, isso é inegável, mas o Nico é mais posicional e com maior incidência no processo defensivo. Isto, claro, além de também ter revelado muitas competências em zonas mais adiantadas do terreno. Mas o Gabri, que vejo a jogar no duplo pivô do miolo, é um atleta que tem maior projeção ofensiva e que gosta de pisar terrenos mais perto da grande área contrária. É nessas zonas, no fundo, que consegue dar asas a toda a sua criatividade.»

Mas se o universo portista pode ter ficado algo surpreendido com os €15 M investidos em Gabri Veiga, José Gomes deixa a sua projeção.

«É um jogador que tem grande qualidade. O FC Porto fez uma excelente contratação. É bastante jovem, mas além do rendimento desportivo imediato que prevejo que o Gabri Veiga venha a ter, também acredito que no futuro será um jogador que dará um enorme retorno financeiro ao clube», concluiu o experiente técnico.