Estreia de sonho apagou borrão na pintura de Kewin (crónica)
Sem público nas bancadas do Estádio de São Miguel - cenário que fez lembrar os tempos de pandemia -, devido a problemas relacionados com questões de videovigilância, Santa Clara e Moreirense mediram forças num duelo que ambos queriam (muito) ganhar, com o intuito de retomar o trilho dos triunfos.
Uma pressão altíssima dos pupilos de Vasco Matos logo nos minutos iniciais deixou um sério aviso à formação minhota, que sentiu muitas dificuldades para suster o ímpeto açoriano.
As movimentações constantes de Ricardinho para a área e os laivos de criatividade de Gabriel Silva deixaram em alerta os defesas do Moreirense, que bem podem agradecer a Kewin Silva o facto de terem ido para o descanso sem qualquer golo sofrido.
O guardião brasileiro somou três defesas de grande nível, quase de rajada, e segurou o nulo, para frustração dos homens da casa. Antes, Gabriel Silva já havia ficado a centímetros de festejar, com um tiro potente à barra, de primeira. Vinícius Lopes ainda fez abanar as redes, aproveitando a recarga, mas o lance foi prontamente invalidado por fora de jogo.
Apesar dos problemas em combater a pressão asfixiante do Santa Clara, os cónegos também se aproximaram da baliza adversária em raras ocasiões, com Cédric Teguia e Ivo Rodrigues em destaque.
Revigorados ao intervalo, os dois conjuntos voltaram inalterados, mas com a atitude competitiva aguçada. Houve menos oportunidades na etapa complementar, é certo, mas a batalha pelos três pontos, que viria a terminar sem sorrisos de parte a parte, não deixou a desejar.
Depois da grande primeira parte e de uma excelente intervenção na segunda, Kewin Silva acabou por deitar todo o esforço que havia feito para manter a baliza inviolável por terra. Aos 69 minutos, demorou muito (demasiado) tempo com a bola nos pés e Vinícius agradeceu a oferta, tocando com o pé direito para o fundo das redes.
A vantagem açoriana justificava-se e a turma de Vasco Matos caminhava para o regresso aos triunfos, não fosse uma reação tremenda dos comandados de Cristiano Bacci.
Sem baixar os braços e com algumas caras novas que refrescaram as ideias da equipa, o Moreirense carregou e acabou por ser recompensado. A três minutos dos 90’, o reforço de inverno Yan Maranhão, em estreia absoluta pelos minhotos, cabeceou de forma exímia para fundo das redes. Melhor jogo inaugural era difícil para o antigo avançado do Anadia, da Liga 3.
Ninguém saiu a sorrir do Estádio de São Miguel, mas o empate teve certamente um sabor mais doce para o emblema de Moreira de Cónegos.
Reação dos treinadores
Vasco Matos
Primeira parte com domínio total da nossa equipa, pecámos na finalização. A equipa deu uma grande resposta. Mérito do guarda-redes do Moreirense. Segunda parte mais equilibrada, com as equipas mais amarradas. Somámos mais um ponto na nossa caminhada. Estamos a fazer um excelente trabalho.
Cristiano Bacci
O Santa Clara entrou bem. Na primeira parte eles foram melhores, na segunda nós fomos superiores, tivemos mais posse. Quem entrou ajudou muito a equipa, por isso estou feliz. Estou confiante porque estamos a trabalhar bem.
As notas dos jogadores do Santa Clara: Gabriel Batista (5); Frederico Venâncio (5), Luís Rocha (5), MT (4); Lucas Soares (6), Adriano Firmino (5), Pedro Ferreira (6), Matheus Pereira (6); Ricardinho (6), Vinícius Lopes (7) e Gabriel Silva (6). Daniel Borges (5), Sidney Lima (5), Diogo Calila (5), João Costa (-)
As notas dos jogadores do Moreirense: Kewin Silva (5); Dinis Pinto (5), Marcelo (5), Maracás (5), Leonardo Buta (5); Rúben Ismael (5), Lawrence Ofori (5); Ivo Rodrigues (6), Alanzinho (5), Cédric Teguia (6); Luís Asué (6). Sidnei Tavares (6), Antonisse (5), Jorquera (5), Benny (-), Yan Maranhão (7).