Duarte Gomes analisa a arbitragem do Salzburgo-Benfica

Um erro e muito acerto

Daniel Siebert dirigiu o Salzburgo-Benfica de ontem. O também internacional alemão Marco Fritz foi o videoárbitro. Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro.

10’ Bem exibido o cartão amarelo a Gourna-Douath, após rasteirar Rafa, sem qualquer intenção de disputar a bola. O médio francês incorreu em comportamento antidesportivo.

27’ Tengstedt tocou na bola, atingindo antes o pé direito de Pavlovic, que chegou mais rápido ao lance. A infração existiu mas foi apenas imprudente. Esteve bem o árbitro ao não advertir o dinamarquês.

32’ Golo do Benfica, marcado por Di María, na sequência de pontapé de canto direto (a bola foi apenas desviada, ao de leve, pela mão de Schlager). O lance demorou cerca de dois minutos a ser validado, não porque levantasse dúvidas técnicas, mas porque aparentemente o árbitro germânico ficou momentaneamente sem contacto com o seu VAR. Esta dedução nasce do facto de Siebert ter-se deslocado ao ecrã, junto à zona de revisão, colocando uns headsets (de back up) para confirmar, ele próprio, a legalidade do lance.

45+1’ João Neves sofreu falta, mas Siebert aplicou muito bem a vantagem porque, mesmo caído no relvado, o médio do Benfica conseguiu colocar a bola jogável em Di María. O argentino, que partiu de posição legal, serviu depois Rafa para o golo dos encarnados. Esteve muito bem a equipa de arbitragem em toda a jogada.

45+4’ Morato viu o cartão amarelo de forma muito evitável, tendo em conta a sua posição em campo: o central encarnado pontapeou a bola para longe bem depois de o árbitro ter interrompido a partida. Desnecessário e de risco para a sua equipa.

51’ Cartão amarelo bem mostrado a Ratkov, por não respeitar a distância quando Otamendi executou um pontapé-livre. Igualmente desnecessário.

64’ Bidstrup atirou-se claramente para o relvado, sem ser sequer tocado por Otamendi. O amarelo por simulação seria a solução mais justa. Siebert optou por desvalorizar a queda no interior da área do Benfica.

65’ Aursnes jogou a bola, sendo o contacto posterior com Bidstrup decorrente dessa ação legal. Novo lance bem analisado na área da equipa encarnados.

66’ Pavlovic empurrou Otamendi, cometendo falta atacante bem assinalada pelo árbitro alemão. Na sequência, a bola ainda bateu no braço direito de Musa, que estava junto ao corpo em posição natural. O jogo estava já interrompido.

72’ Petar Musa carregou lateralmente Fernando, cometendo a chamada falta tática (antidesportiva). Foi bem advertido pelo árbitro da partida.

76’ Golo bem anulado ao Salzburgo: quando Sucic rematou à baliza de Trubin, Koita estava em posição ilegal. O árbitro assistente hesitou porque não terá percebido que o maliano tinha cabeceado a bola, o que de facto fez. Terá sido Siebert a confirmar esse toque. Fora de jogo bem assinalado.

82’ Kameri foi bem advertido por tentar retardar o recomeço de jogo, impedindo que João Mário executasse rapidamente um pontapé-livre.

83’ João Neves caiu na área adversária, após contacto promovido por Gourna-Douath. O francês arriscou mas ganhou a bola sem cometer penálti.

85’ Di María caiu na área do Salzburgo sem sofrer qualquer infração. Bidstrup tocou só na bola.

90’ Lance atípico (mas faltoso) na área austríaca: Bidstrup fez tackle deslizante sobre Di María, mostrando preocupação inicial em não cometer falta. No entanto, e por ação dessa entrada, o médio dinamarquês acabou por atingir o pé esquerdo do argentino, derrubando-o. A abordagem imprudente do jogador do Salzburgo devia ter sido sancionada com pontapé de penálti.

90’ Schlager foi bem advertido por comportamento antidesportivo.

90+2’ Bem o árbitro assistente ao validar o terceiro golo do Benfica: Aursnes partiu de posição regular. Depois Arthur Cabral (que finalizou) estava atrás da linha da bola quando o norueguês cruzou.