O dérbi deixou tudo na mesma no topo. Na última jornada, será o Minho a 'decidir' o campeão, num 'sprint' final em que só os leões dependem deles próprios
Nesta coisa das grandes decisões e, sobretudo, da definição dos campeões, haverá sempre quem fale de injustiça, normalmente mais com o coração do que com a razão, numa discussão que, inevitavelmente, termina com um: «Após maratona de 38 jogos, se chegou ao fim em primeiro, então tem de ser um justo campeão.»
Para já, a enorme expectativa que se criou em redor do dérbi dos dérbis, do mais importante Benfica-Sporting da história por se tratar de duelo do qual, pela primeira vez, ambos poderiam sair como campeões, resultou em... quase nada, isto é, deixou (quase) tudo na mesma no topo da classificação: Sporting em primeiro, em igualdade pontual com o Benfica, mas, agora, com os leões factualmente com vantagem no confronto direto com o eterno rival (venceram por 1-0 na primeira volta, empataram 1-1 ontem) e, portanto, com via verde, neste sprint final, para o título de bicampeões que lhes foge há 73 anos.
Ditou ainda o empate no dérbi que é o Sporting o único a avançar para a derradeira a depender dele próprio para se sagrar campeão, bastando-lhe, portanto, derrotar em Alvalade o Vitória de Guimarães, que hoje, caso vença o Farense, garante já o quinto lugar e o correspondente apuramento para a pré-eliminatória da UEFA Conference League da próxima época.
Sporting foi campeão durante uma hora, Pavlidis teve a viragem da liderança nos pés, mas esta liga vai mesmo até ao fim, com o leão como vinha até aqui: na frente, mas com uma das mãos no troféu
Mas, mesmo não batendo os vimaranenses, podem Gyokeres e companhia celebrar o bi desde que consigam igualar o resultado que o Benfica alcançar na sempre complicada visita a Braga, onde, porém, vive agora um conjunto abalado pela inesperada derrota deste sábado com o Casa Pia (1-2) em Rio Maior e que, no cenário de uma vitória esta noite do FC Porto no dérbi com o Boavista, fica a ver o terceiro lugar por um canudo, sabendo que só uma escandalosa goleada diante das águias (e uma pesada derrota dos dragões) na 34.ª jornada garantaria lugar no pódio.
Faltou VAR em dois lances importantes e um para cada lado
Curiosamente, serão os gigantes do Minho a definir o campeão 2024/2025. Recordando o que sucedeu na primeira volta, o SC Braga bateu o Benfica na Luz por 2-1, ao passo que o Sporting, na sequência de duelo épico, saiu de Guimarães com empate a quatro (estiveram os leões em vantagem, perderam-na e, à beira do fim, Trincão, o herói de ontem na Luz, fez o 4-4), no segundo jogo de Rui Borges no comando do homens de Alvalade, ele que deixara precisamente os Conquistadores.
As celebrações prometidas ficaram, assim, adiadas por uma semana. O Benfica, para ser campeão, tem de fazer em Braga melhor resultado do que o Sporting com o Guimarães. As probabilidade dizem que os leões já pré-reservaram o Marquês. Mas... nunca se sabe. Será mesmo até ao fim!