António Salvador já anunciou a recandidatura à presidência do SC Braga (Foto SC Braga)

Obviamente, António Salvador

Palavra de Gverreiro é o espaço de opinião quinzenal de Pedro Sousa, adepto do SC Braga e deputado à Assembleia da República

Há cidades onde se ouve o silêncio dos que acreditam. Braga é uma dessas cidades. E, nestes vinte e três anos, foi no som dessa esperança que António Salvador construiu um clube novo, pedra sobre pedra, como quem ergue um sonho à escala dos homens.

Tudo mudou. De um clube que, demasiadas vezes, era um mero participante, fez-se, sob a sua liderança, uma Instituição com voz, com força, com coragem de ousar. Vieram títulos. Tantos, tão suados, tão nossos.

Vieram arenas, estádios, infraestruturas de topo. Veio uma Cidade Desportiva que não é só um conjunto de edifícios: é uma ideia com relva, betão, metodologia, estratégia, critério, ciência, inovação, crianças e jovens. Hoje, a formação do Braga não é só a melhor de Portugal — é mesmo uma das melhores do mundo. E não é exagero, é justiça.

Foi com António Salvador que o SC Braga se tornou um lugar onde o sonho e a ambição se entrelaçam, onde o ecletismo floresce e o desporto no feminino encontrou o seu espaço de glória, como tem acontecido, por exemplo, no futebol, no voleibol e no atletismo. Mas não podemos, também, esquecer o futsal e o basquetebol, símbolos de um clube que adoptou a cultura de vitória que ele incutiu, numa dança harmoniosa entre o querer e o poder.

Foi com Salvador que Braga se tornou um sítio onde se constrói o futuro. Com contas certas, com pés assentes na terra e, sempre, com a cabeça bem levantada a ambicionar mais e a desejar melhor.

Em tempo de ilusão, foi Salvador quem trouxe realidade. Quando o País se desfazia em promessas, o Braga fazia obra.

Mas o mais importante não é o que já se fez. É o que ainda falta fazer. Porque Salvador é o tipo de líder que só tem saudades do futuro, do que ainda não aconteceu. Vive voltado para o que falta conquistar, como quem sobe sempre mais um degrau, mesmo que já se veja o topo.

No seu novo programa, há metas que seriam ousadas para qualquer outro. Mas no seu Braga, no nosso Braga, tornaram-se possíveis. Quatrocentos títulos em quatro anos. Um estádio com vinte mil vozes, todas nossas. Sessenta mil sócios. Três academias além-fronteiras. Inovação, energia limpa, responsabilidade e liderança social. Não é só vencer, é vencer com sentido, com raiz, com a comunidade. Vencer com todos.

Este não é apenas um presidente a recandidatar-se. É um homem que fez do Braga aquilo em que acreditámos antes de o vermos acontecer. E por isso, quando olho para o que nos espera, vejo futuro, mas vejo também gratidão. Gratidão pelo caminho e confiança no que aí vem.

Por tudo isso, no próximo dia 24 de maio, com a sua mais que certa reeleição, a história não acaba. Muito pelo contrário. O grito do Gverreiro é também um sussurro ao ouvido do tempo: «Ainda agora começámos.»