No Sport Lisboa e Benfica, os sócios é que são notáveis
«Se Luís Filipe Vieira quer apenas vingar-se de Rui Costa, não está a pensar nos superiores interesses do Benfica» (Foto Imago)

No Sport Lisboa e Benfica, os sócios é que são notáveis

OPINIÃO06.07.202510:00

Tribuna Livre é um espaço de opinião de A BOLA e esta é da responsabilidade de Cristóvão Carvalho, candidato à presidência do Benfica

Ao longo da sua história centenária, o Sport Lisboa e Benfica foi sempre muito mais do que um clube. É uma nação feita de ambição, de vitórias, de lágrimas e de alegrias. Uma nação encarnada que se construiu com base num ideal coletivo, no trabalho árduo dentro e fora de campo frente aos seus adversários, no respeito pelos mais nobres valores de Cosme Damião e na força de um lema que conecta milhões: E Pluribus Unum.

Hoje, porém, vejo com tristeza uma aparente tentativa em usar o Sport Lisboa e Benfica como palco de disputas pessoais. Um presidente e um ex-presidente que quererão transformar estas eleições num ato de vingança, num ajuste de contas indigno. Isso, meus caros consócios, é absolutamente inaceitável.

A história do Sport Lisboa e Benfica não se faz com ressentimentos e não se constrói sobre ódios nem sobre rancores. Constrói-se com ambição e vitórias, com glória, com a alma de todos nós, unidos por um único objetivo: fazer do Sport Lisboa e Benfica o maior, o mais respeitado e o mais amado clube de Portugal e do mundo. 

Quando Luís Filipe Vieira coloca a sua sede de vingança acima do clube, está a falhar ao Benfica. Quando alguém quer usar a maior instituição desportiva nacional para travar uma guerra pessoal, está a desrespeitar cada sócio, cada adepto, cada criança que veste o manto sagrado pela primeira vez e sonha um dia jogar pelo Benfica.

Se Luís Filipe Vieira quer apenas vingar-se de Rui Costa, não está a pensar nos superiores interesses do Benfica. Não está a pensar na mística que faz de nós diferentes. Está, única e exclusivamente, a pensar em si próprio.

É importante dizê-lo com clareza: respeitar o legado de Luís Filipe Vieira, aquilo que ele fez de positivo pelo Sport Lisboa e Benfica, é uma coisa; dar cobertura e apoiar uma vingança pessoal, é outra, completamente diferente. Isso é um erro histórico que não podemos cometer.

O Sport Lisboa e Benfica não pode aceitar isto. O Sport Lisboa e Benfica não pode estar refém de vaidades pessoais ou de contas mal resolvidas. O Sport Lisboa e Benfica não pode, em nenhum momento, tolerar uma vontade de Luís Filipe Vieira em vingar-se de Rui Costa — ou tolerar igual vontade de Rui Costa em vingar-se de Luís Filipe Viera e expulsá-lo do clube — porque isso se sobrepõe a tudo aquilo que verdadeiramente interessa: o Sport Lisboa e Benfica.

Defender o Sport Lisboa e Benfica não é defender pessoas. Não é defender amizades de ocasião nem redes de interesses. Defender o Sport Lisboa e Benfica é defender o clube, a sua história, os seus valores e o seu futuro. É colocar sempre o Sport Lisboa e Benfica em primeiro lugar. É assim que eu penso. É este o sentimento que me move desde que assumi ser candidato a presidente.

Os sócios do Sport Lisboa e Benfica querem e exigem uma mudança. Querem novas caras, querem gente livre, sem ligações ao passado, sem dívidas de gratidão, querem dirigentes que sintam o clube como eles o sentem. Que vivam cada derrota com dor e cada vitória com lágrimas de alegria. Querem gente livre, transparente, ambiciosa e corajosa.

Os benfiquistas estão cansados. Estão fartos de ver o nome do Sport Lisboa e Benfica manchado em praça pública por novelas e processos judiciais que em nada honram o nosso emblema.

O Sport Lisboa e Benfica não é de quem se julga dono da verdade ou salvador da pátria. O Sport Lisboa e Benfica é dos sócios. Dos milhares que todos os meses pagam as suas quotas. Dos sócios que viajam centenas de quilómetros para apoiar a equipa no estádio. Dos sócios que vibram em casa, na rua ou no café. Esses, sim, são os verdadeiros notáveis.

Porque no Sport Lisboa e Benfica os notáveis não são os que aparecem nas capas de jornais ou em entrevistas televisivas. Os notáveis são os que fazem fila para comprar um bilhete. Os que choram quando perdemos. Os que não dormem antes de uma final. Os que educam os filhos no amor ao clube.

É tempo de mudar. É tempo de devolver o clube a quem ele verdadeiramente pertence: aos sócios. É tempo de libertar o Sport Lisboa e Benfica de todas as amarras, de todas as guerras, de todos os fantasmas.

Devemos honrar o passado, sim. Devemos agradecer a quem deu o seu contributo, sim. Mas não podemos ficar reféns dessa mesma história. Não podemos deixar que velhas feridas contaminem o futuro que todos queremos diferente e carregado de conquistas.

O futuro do Sport Lisboa e Benfica tem de ser construído com ambição, com rigor, com profissionalismo. É isso que eu defendo no meu projeto. Tem de ser um futuro assente na sustentabilidade financeira, na transparência. Um futuro onde cada sócio sinta orgulho no clube e naqueles que o lideram.

As próximas eleições não são apenas uma escolha entre nomes, são uma escolha entre o passado e o futuro. Entre a estagnação e a mudança. Entre um Benfica aprisionado a modelos comprovadamente falhados ou um Benfica livre, ousado e focado em vencer. Entre mais do mesmo ou uma oportunidade de fazer diferente. De ser disruptivo. É essa a minha bandeira.

Os sócios do Sport Lisboa e Benfica têm nas mãos a oportunidade de dizer basta. De provar que o verdadeiro dono do Sport Lisboa e Benfica são os sócios e não meia dúzia de dirigentes.

Esta é a hora. É a hora de voltarmos a unir-nos. De reafirmarmos o que nos torna únicos no mundo. De colocarmos o Sport Lisboa e Benfica, e só o Sport Lisboa e Benfica, no centro de todas as decisões.

Por isso, reforço com convicção: no Sport Lisboa e Benfica, os sócios é que são notáveis. E é por eles, com eles e para eles que devemos lutar. Podem contar comigo para isso.

O futuro do Sport Lisboa e Benfica começa agora. Vamos, juntos, escrever uma nova página da nossa gloriosa história.

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