Villas-Boas ao lado de Farioli (Foto: Catarina Morais/Kapta+)
Villas-Boas ao lado de Farioli (Foto: Catarina Morais/Kapta+)

Villas-Boas esvaziou Farioli

O dia de ontem era o da oficialização do treinador, mas a 'bomba' lançada pelo presidente sobre o mercado de verão ofuscou o italiano

Depois do fiasco com Martín Anselmi, que se seguiu à desilusão com Vítor Bruno, sobre os quais André Villas-Boas prometera mundos e fundos no que ao sucesso que teriam diz respeito, esperava-se que ao terceiro treinador da sua curta era como líder dos dragões o presidente do FC Porto baixasse um pouco as expectativas. Pois aquilo a que se assistiu foi precisamente o inverso.

O dia de ontem no Dragão era dedicado quase em exclusivo à apresentação oficial de Francesco Farioli como novo timoneiro dos azuis e brancos, mas a estrela principal acabou por ser... Villas-Boas.

Ao anunciar o que anunciou, o presidente portista esvaziou quase por completo qualquer destaque que pudessem ter as declarações do jovem treinador italiano. Curiosamente, já no domingo, Farioli tinha concedido uma entrevista aos órgãos do clube que acabou por ter algum realce nos media nacionais e, em particular, nos desportivos, numa espécie de antecâmara do que se antevia para ontem quando estivesse, como esteve, pela primeira vez, perante os jornalistas dos diferentes órgãos de comunicação. Porém, os holofotes acabaram por incidir em Villas-Boas, numa estratégia desconcertante e, até, inesperada.

Como mencionava no arranque deste artigo, era expectável que, perante os erros de casting anteriores, o presidente que assumiu a cadeira do poder no FC Porto em 27 de abril do ano passado fosse, desta vez, mais comedido. Não foi.

«Podemos estar perante o maior mercado de sempre do FC Porto», disse Villas-Boas, com Farioli ao lado, numa tirada que não só ofuscou a apresentação do novo técnico, mas também deixou nas suas costas, desde já, um peso que, ao mesmo tempo, não se importará certamente de ter — desde que o investimento ontem prometido vá ao encontro dos seus desejos.

Ao anunciar o que anunciou, o presidente portista esvaziou quase por completo qualquer destaque que pudessem ter as declarações do jovem treinador italiano

E o que significa «o maior mercado de sempre»? Não pode representar algo que não seja o maior investimento de sempre em reforços e, à luz desse pressuposto, terá o FC Porto de gastar mais do que o recorde de gastos em aquisições, que data do verão de 2019, quando, com Sérgio Conceição no comando, Pinto da Costa investiu 63,25 milhões de euros a reforçar o plantel com nomes como Luis Díaz, Uribe, Marchesín, Marcano e Nakajima.

É esta a fasquia que Villas Boas se propõe ultrapassar no sentido de conceder a Farioli condições nunca vistas nos últimos tempos no Dragão. Para já, os gastos vão em €32,38 milhões (15 de Gabri Veiga e 17,38 de Nehuén Pérez). Faltam, pelo menos, €31 milhões para ultrapassar 2019.