Vem aí um fim de semana alucinante
Opróximo fim de semana promete ser escaldante no topo da tabela, onde quatro equipas lutam por dois acessos diretos e um indireto à próxima Liga dos Campeões. No sábado o Benfica recebe um adversário forte e tradicionalmente difícil, o Vitória SC, de Guimarães; e no domingo a Pedreira será palco de um SC Braga-FC Porto determinante nas contas da Champions. Enquanto isso, o Sporting, particularmente interessado naquilo que vai acontecer na cidade dos Arcebispos (onde a vitória portista lhe serve melhor...), só entrará em cena, em função do Arsenal, após a pausa para os jogos da Seleção.
Francamente, apesar dos oito pontos de vantagem que o Benfica tem sobre o FC Porto, e os cinco que o SC Braga leva à maior sobre o Sporting, nada deve ser dado por certo, quando ainda estão 30 pontos em jogo. De hoje a uma semana, depois das emoções fortes de sábado e domingo próximos, a situação estará, por certo muito mais clarificada. Para já, aquilo que se vê, por um lado é uma grande solidez do Benfica (uma derrota apenas em jogos oficiais, nacionais e internacionais), e por outro um FC Porto menos afirmativo, que terá amanhã um teste europeu decisivo, suscetível de influir, para o bem ou para o mal, no rendimento futuro da equipa. Eliminar o Inter, embora signifique, pelo menos, mais dois jogos de enorme intensidade e desgaste, trará aos dragões um reforço de confiança de que parecem necessitados; um desaire europeu, aumentará as responsabilidades internas, e dramatizará ainda mais o jogo da Pedreira.
OBenfica, que depois de uma exibição de luxo frente ao Club Brugge, foi ganhar de forma natural ao Estádio dos Barreiros, tem um treinador que não é sensível a poupanças, nem físicas, nem disciplinares. Perdeu Gonçalo Guedes, lamentou o facto, mas seguiu em frente; não teve Rafa no Funchal e encontrou solução adequada; e apesar de Aursnes estar à bica em cartões amarelos, manteve-o em campo (e vai ficar sem ele para o jogo com os vimaranenses). Ao mesmo tempo, apesar do desgaste com os belgas a meio da semana, fez as substituições tarde na partida com o Marítimo, como se jogar duas vezes por semana não fosse nada de especial. Uma mentalidade pouco usual entre nós, que tem dado frutos.
CARLOS CARVALHAL
Quando o treinador de Braga chegou a Vigo, o Celta estava um ponto acima da linha de água. Hoje, quatro meses volvidos, os galegos respiram melhor, na metade superior da tabela classificativa, e com seis pontos à maior sobre a zona de despromoção. Um grande trabalho de um dos melhores técnicos nacionais.
JOÃO ALMEIDA
João Almeida conseguiu um excelente lugar mo Tirreno-Adriático, atrás de um super-Roglic, o que abre perspetivas animadoras para o que poderá fazer daqui a mês e meio no Giro, principal objetivo (individual) da sua época. Depois de já ter sido quarto e sexto, será que está à vista um pódio lusitano na Volta a Itália?
NÉLSON ÉVORA
Custa ver um dos maiores desportistas portugueses de sempre com tanta animosidade quando fala de Pedro Pichardo, seu sucessor nos pódios, tão português como eu ou ele, como se lhe custasse digerir as medalhas do luso-cubano, que persegue o recorde mundial do triplo salto, com a camisola de Portugal.