Uma Liga que vai ser de ‘faca na liga’

O Benfica deve ‘congelar’ a euforia que rodeia a equipa. Porque esta Liga de 2023/24 vai ser, isso sim, a mais importante e difícil de sempre...

O início de época do Benfica está a ser muito prometedor: a equipa cresceu em consistência e qualidade com Kokçu e Di María, as indicações de Jurásek, que tem a pesada tarefa de fazer esquecer Grimaldo, revelaram-se positivas, e aquele que foi, em minha opinião, o melhor jogador do Benfica na época do 38, Fredrik Aursnes, ainda não foi chamado à função fundamental que, de certeza, Roger Schmidt tem guardada para ele. Três jogos e três vitórias sem espinhas, trazem os sócios e adeptos encarnados nas nuvens, e, precisamente por isso, talvez seja o momento certo para devolvê-los à terra, onde devem manter os pés bem assentes.

Para já, a única coisa que o Benfica realmente ganhou foi um inegável aprofundamento dos princípios que estiveram na base do título de 2022/23. E se não houver, no clube, quem venha, rapidamente, deitar água na fervura, é natural que vão sendo criadas expectativas demasiado elevadas, que nunca trarão nada de bom aos encarnados. O pior que pode acontecer ao Benfica é pensar que a Liga que vai começar não passará de um passeio dos alegres. Vai ser, isso sim, a mais importante de sempre. Para todos...   

PELA  primeira vez, há mais treinadores estrangeiros do que locais no Brasileirão. Muita água correu debaixo das pontes desde que os técnicos do país irmão davam cartas e eram acolhidos em todas as partes do Mundo, Portugal incluído. Aliás, devemos estar gratos pelo que nos ensinaram, ao mesmo tempo que é bom que o declínio por que agora passam sirva de alerta aos técnicos nacionais que, embora estejam na crista da onda, não podem fazer como os brasileiros e adormecer à sombra da bananeira. O mundo está sempre a pular e a avançar...

EMBLEMÁTICO, o triunfo do CF ‘Os Belenenses’ sobre o Famalicão, para a Taça da Liga, no primeiro jogo oficial dos azuis do Restelo em competições profissionais, na constância da travessia de deserto que decidiram realizar - e que só terminará quando o escalão principal for atingido - para preservar a integridade, a alma e os princípios fundadores de um emblema  com história centenária. O imbróglio entre o Belenenses e a defunta B-SAD serviu para que toda a gente percebesse que um clube a sério não é mais do que a soma do querer dos seus adeptos... 


ÁS — JONAS VINGEGAARD

Bisar no Tour é só para alguns. Fazê-lo, de forma enfática, aos 26 anos, ainda é para menos. Vingegaard não se perfila como sucessor de Merckx, que vencia fosse onde fosse, mas sim de Miguel Indurain, especialista na Grande Boucle, que conquistou cinco vezes seguidas. Verdade insofismável: três semanas sublimes de ciclismo. 


ÁS — ÁNGEL DI MARÍA

Três jogos pelo Benfica sempre a marcar, no regresso ao reino da águia. O argentino está a fazer com que os adeptos encarnados sonhem bem acordados. Mas a procissão nem sequer saiu do adro e, nunca se discutindo a valia futebolística de Di Magia, há que lembrar a especial necessidade de gestão que envolve o novo 11 da Luz.  


DUQUE — MBAPÉE/AL-KHELAIFI

Como foi possível que as relações entre ambos se tivessem degradado tanto? E o maior paradoxo reside no facto do melhor jogador do Mundo ser mais um problema do que uma solução para o PSG! Se Mbapeé ficar um ano sem jogar, perdem ele e o PSG; se sair em saldo, perde (menos) o PSG. Mas a questão nunca foi o dinheiro...