Um festival de golos com boa música franco-argelina (crónica)
Taichi Fukui deu animação, logo desde início. O médio nipónico esteve no melhor e no pior da equipa de Arouca: ao minuto 10, inaugurou o marcador, na baliza certa, com um remate cheio de classe, à entrada da área.
Cinco minutos depois… voltou a marcar, mas na baliza errada (e, desta vez, com um bocadinho de menos categoria), quando tentava cortar um lance de perigo.
Nais Djouahra, depois, voltou a pôr os arouquenses na frente, com um golo… ou, melhor, um golaço! Após um pontapé de canto pelo lado esquerdo, o franco-argelino apareceu no segundo poste e, de primeira, cheio de potência, meteu a bola 'na gaveta'.
Mas Boma não deixou que os lobos se ficassem a rir, nem que o festival de golos fosse para intervalo antes do intervalo. O defesa central restabeleceu a igualdade, ao minuto 43.
No arranque do segundo tempo, o Arouca teve oportunidade de se adiantar no marcador, pela terceira vez no encontro… só que Hyun-ju Lee desperdiçou e o Estoril agradeceu. Como 'quem não marca sofre', logo a seguir, o canarinho Holsgrove não pôde ser perdulário e pôs, finalmente, a equipa da Linha em vantagem. Foi uma belíssima jogada coletiva dos canarinhos, pela direita, finalizada com grande classe pelo pé esquerdo 'açucarado' do médio escocês.
A seguir, o Estoril voltou a fazer tremer os lobos. A bola bateu nos dois ferros laterais da baliza de Mantl, num lance caricato: primeiro, Begraoui rematou ao poste direito; depois, a bola ressaltou, bateu num defesa do Arouca e foi esbarrar no poste esquerdo.
Numa fase em que o jogo parecia estar em lume brando, com o Estoril a controlar a vantagem, Nais Djouahra voltou a desferir as redes de Joel Robles, reacendendo a chama da partida.
Só que Ian Cathro tinha na sua algibeira um 'espalha-brasas' chamado Rafik Guitane. Aí, é que o jogo aqueceu! O franco-argelino desbloqueou a partida, com uma jogada verdadeiramente flamejante, aos 86 minutos: partiu tudo pelo lado direito e serviu o capitão João Carvalho, que estava no coração da área para resolver o jogo.
Com Djouahra de um lado e Guitane de outro, talento franco-argelino não faltou, neste festival de golos que inaugurou a jornada 11 da I Liga.
Por um lado, o Estoril confirma o melhor momento da época: já não perde há cinco jogos. No reverso da medalha, está o Arouca, que somou a terceira derrota consecutiva no campeonato.
Com este resultado, o Estoril salta para o 8.º lugar (13 pontos). Já o Arouca permanece no 15.º posto (9 pontos) e pode mesmo terminar a jornada 11 nos lugares de despromoção.
As notas dos jogadores do Estoril (3x4x3): Joel Robles (4); Pedro Carvalho (4); Tsoungui (4); Boma (5); Bacher (4); Gonçalo Costa (4); Holsgrove (7); Lominadze (4); João Carvalho (7); André Lacximicant (5); Begraoui (7); Ferro (4); Peixinho (3); Tiago Parente (4); Tiago Brito (4); Guitane (6)
As notas dos jogadores do Arouca (4x2x3x1): Mantl (4); Tiago Esgaio (4); Jose Fontán (4); Popovic (4); Arnau Solá (4); Taichi Fukui (5); David Simão (4); Miguel Puche (5); Hyun-ju Lee (4); Nais Djouahra (6); Barbero (4); Trezza (4); Alex Pinto (4); Pablo Gozálbez (4); Dylan Nandín (4); Omar Fayed (-)
O que disseram os treinadores:
Ian Cathro, treinador do Estoril
Houve muitas coisas feias no jogo, como situações de golo, de que não gostei. Mas se é para dizer alguma coisa tenho de dizer que adoro trabalhar e ver estes jogadores jogar. Não somos perfeitos, mas trabalham tanto e querem melhorar tanto e têm uma energia incrível e uma vontade incrível. E estou a falar de todos, os que estão dentro do campo, no banco e os que não foram convocados. Como nós não somos perfeitos, temos que ter uma atitude, uma mentalidade e uma resiliência para trabalhar com o grupo.
Vasco Seabra, treinador do Arouca
Não chega dizermos que fizemos coisas muito boas. De facto, fizemos, mas sofremos quatro golo. É momento de falarmos menos e fazermos mais. Acabámos por sair do jogo frustrados, porque fizemos três golos fora, mas perdemos 4-3. A paragem das seleções vai ser importante para conseguirmos respirar e voltarmos com essa necessidade competitiva de evitar que fiquemos tão nervosos sempre que a bola chega perto da nossa baliza. Continua a acreditar que temos qualidade no plantel para darmos um salto gigante na classificação.