Tudo o que tem de saber sobre a Premier League que está a começar

Dá-se esta sexta-feira o primeiro pontapé de saída na Premier League 2025/26. Liverpool e Bournemouth são os primeiros a entrarem em campo na nova edição do melhor campeonato do Mundo. O primeiro de 380 encontros.

O Liverpool entra nesta competição após derrota nos penáltis na final da Supertaça de Inglaterra, às mãos do Crystal Palace. Os reds que tiveram a vantagem de não participarem no Mundial de Clubes e, por isso, puderam preparar-se na pré-época. Além disso, há a destacar o elevado investimento da equipa de Anfield em reforços. Depois de só ter gastado 12 milhões de euros no verão passado, na contratação de Federico Chiesa — também investiram 30 milhões em Mamardashvili, mas o guarda-redes ficou mais uma época no Valência e só este ano é reforço —, o Liverpool já investiu perto de 300 milhões neste mercado de verão. Florian Wirtz, por 116 milhões, e Ekitiké, por 80, são as duas grandes figuras para a frente, Frimpong e Kerkez são os novos laterais e juntos custaram quase 90 milhões de euros.

Muitos investimentos, tempo de preparação e a base do ano do título continua, na sua maioria, em Anfield. Esta Premier League será, então, um 'passeio'? Até pode revelar-se como tal, mas, à partida, a realidade não está mais longe disso mesmo.

Para muitos, o Arsenal de 2024/25 só tinha uma grande lacuna: a falta de ponta de lança. Gabriel Jesus e Havertz nem sempre convenceram e, quando estiveram lesionados, o escolhido para a posição 9 foi Merino, médio de raiz. Esse problema parece ter sido ultrapassado. Viktor Gyokeres esteve envolvido em mais golos que jogos ao serviço do Sporting e tornou-se na venda mais cara da história dos leões, ao render cerca de 66 milhões de euros, mais objetivos, aos verdes e brancos. Recai no sueco a esperança de ser a última peça no organizado puzzle de Arteta, que quererá voltar a lutar pelo título.

Muitos quilómetros a norte de Londres, e a cerca de 50 quilómetros de Liverpool, está Manchester. E do lado azul, o City estará a fazer por esquecer o último ano, em que acabou no quarto lugar. A equipa de Pep Guardiola reforçou-se, manteve as principais figuras e prepara-se para voltar a lutar pelo título.

Serão estes, à partida, os principais candidatos ao título de campeão inglês, ainda que este seja considerado o mais competitivo campeonato do Mundo. E um dos clubes que mais ganhou neste campeonato parece estar ainda longe de lutar por este troféu. É a primeira época que o Manchester United começa com Ruben Amorim ao leme e pelo menos de reforços o técnico português não deverá ter razões de queixa. Por muitas lacunas que possam faltar ao plantel dos red devils, a frente de ataque é totalmente nova. Aos 75 milhões por peça, Sesko, Matheus Cunha e Bryan Mbeumo chegaram para ajudar a corrigir aquele que foi um dos maiores problemas da equipa em 24/25: marcar golos.

O começo do Manchester United é logo com um blockbuster, um evento que faz parar o mundo do futebol: o grande jogo da primeira jornada coloca frente a frente, em Old Trafford, Manchester United e Arsenal. Um encontro que tem impacto para os amantes do futebol português: trata-se do reencontro de Ruben Amorim e Viktor Gyokeres, mas duas coisas são o inverso do que sucedeu em Portugal: vestem de vermelho e estão de lados opostos da barricada.

Ruben Amorim é apenas um dos quatro treinadores portugueses na Premier League. Só os espanhóis, com Pep Guardiola, Mikel Arteta, Unai Emery e Andoni Iraola estão tão bem representados como Portugal. Marco Silva é, de todos eles, aquele que está no cargo há mais tempo e só Guardiola, há mais de nove anos no Manchester City, e Arteta, há cinco anos e sete meses no Arsenal, assumiram os atuais trabalhos há mais tempo que o português. Nuno Espírito Santo, por seu turno, está há pouco mais de ano e meio no Nottingham Forest. Depois de conseguir a permanência na Premier League em 2023/24, levou o Forest a uma das mais impressionantes épocas da sua história: terminou em sétimo lugar e, a dada altura, ocupava o terceiro lugar da Premier League. Iria disputar a Liga Conferência, mas a desqualificação do Crystal Palace levou a que a equipa de NES fosse 'promovida' para a Liga Europa. Vítor Pereira está no Wolverhampton há menos de um ano mas já conseguiu fazer história: somou sete jogos sem perder e seis vitórias consecutivas, este último registo não se repetia desde 1970.

A Premier League começa com 18 portugueses prontos a entrar em ação.

O clube com mais portugueses é o Wolverhampton. Na equipa de Vítor Pereira jogam Toti Gomes, Rodrigo Gomes, José Sá e Fábio Silva — ainda que este último esteja a ser muito cobiçado pelo Dortmund.

Logo a seguir na lista estão o Manchester City e o Chelsea. No caso dos londrinos, três elementos que, ao que tudo indica, têm diferentes níveis de impacto no plantel: Pedro Neto parte como titular, Dário Essugo é um projeto em crescimento e Renato Veiga deverá ser para vender. Quanto ao Manchester City, Matheus Nunes ainda luta para saber qual será exatamente o papel que terá para Pep Guardiola — e, para já, parece que o médio de raiz será uma opção para lateral —, Rúben Dias é o grande patrão do eixo da defesa e Bernardo Silva, sempre um dos mais importantes elementos da equipa, é o capitão.

É um dos dois capitães portugueses em Manchester. O outro está do lado vermelho. Bruno Fernandes, o mais impactante dos elementos do Manchester United, é o líder indiscutível do balneário, que também tem como uma das grandes figuras Diogo Dalot. No Tottenham está João Palhinha, emprestado pelo Bayern, Jota Silva está no N. Forest, Fábio Vieira ainda faz parte do plantel do Arsenal, Chermiti joga no Everton, Fábio Carvalho é jogador do Brentford e o Sunderland conta com Luís Semedo.

Está tudo pronto para o início de mais uma edição do melhor campeonato do Mundo.