Trabalhou com Mourinho e revela: «É como ser bombeiro na Califórnia»

Guido Fienga, antigo CEO da Roma (e do Al Nassr), concedeu uma entrevista em Itália na qual fez várias revelações, entre as quais durante o tempo em que trabalhou com José Mourinho nos giallorossi.  

«Em privado, José Mourinho é muito divertido. É um grande desafio ser CEO de Mourinho. Num dos primeiros jogos tivemos quatro cartões vermelhos. Foi uma receção agradável ao estilo Mourinho. Tenho uma boa relação com Mourinho, provavelmente porque não trabalhei muito tempo com ele. Trouxe-o para a Roma e trabalhámos durante alguns meses, mas mantemos contacto», referiu, em declarações à Gazzetta dello Sport, revelando o que lhe disse o técnico português dias antes da sua saída da Roma. 

«Quando decidi deixar a Roma, Mourinho veio ter comigo e disse-me: «Só existem dois machos alfa neste clube e um está a sair’. Respondi: ‘Que bom para ti’. É por isso que mantemos uma boa relação», afirmou, fazendo uma comparação curiosa. 

«Para um CEO, trabalhar com um treinador que está constantemente em desacordo com o sistema de arbitragem e a liga é como ser bombeiro na Califórnia. Mas Mourinho é muito inteligente e talentoso. Tenho muito a dizer, mas não posso por causa da nossa reputação», atirou. 

Na mesma entrevista, Fienga falou sobre a decisão de não renovar contrato com De Rossi, algo que não agradou aos adeptos. 

«Dois dias depois, havia sete mil pessoas do lado de fora do meu escritório para me matar. Fiquei sob proteção policial durante quatro meses. Depois continuei a gerir o clube com total transparência e expliquei aos adeptos que os nossos papéis são diferentes. Todos querem ter sucesso, mas eles são os adeptos e eu o CEO», referiu. 

Fienga trabalhou com Totti e Mourinho na Roma e Ronaldo no Al Nassr. 

«Eu divido os grandes jogadores em duas categorias. Uma é o talento natural. Dá para perceber que Totti é diferenciado só pela maneira como toca na bola. E há o Cristiano Ronaldo que tem talento e trabalho. Aqueles que são muito talentosos costumam ser preguiçosos, porque sabem que não precisam de se esforçar muito para fazerem a diferença. Totti terminou a carreira aos 40 anos. Se conversar com ele, ainda acha que é tão bom que pode jogar na Serie A. Estou a brincar, ele é meu amigo», completou.