Tozé Marreco: «Se o presidente entender sou o primeiro a fazer as malas»
Tozé Marreco, treinador do Farense, colocou o lugar à disposição após a derrota caseira com o Nacional (0-2), em jogo da 21.ª jornada da Liga.
«Já disse várias vezes que eu sou o responsável por tudo. Ainda agora disse ao presidente, lá dentro, que assumo os erros dos meus jogadores: sou eu que os meto a jogar, que escolho os onze, as substituições... eu tenho de assumir o ato irrefletido do Baldé. Não fui eu que escolhi o plantel, que comecei a época, mas a responsabilidade é minha. Disse ao presidente que o lugar está sempre à disposição, pois sou o responsável de tudo, independentemente do que encontrei à chegada. É a minha forma de estar. Também tenho de chamar os jogadores à pedra, já o fiz, mas sou o principal responsável. O desgaste do presidente também tem sido enorme, mete muito da sua vida pessoal aqui, e se ele assim entender sou o primeiro a fazer as minhas malas e ir até Coimbra», disse à Sport TV, no final do jogo.
Mais tarde, na sala de imprensa, o treinador não fugiu à questão. E, no final, ficou um dado demonstrativo de como a administração da SAD do Farense olha para o trabalho do treinador, quando Rui Gomes, administrador da SAD se dirigiu a Tozé Marreco e deu-lhe um abraço, dizendo: «Para nós, você é o nosso treinador.»
«O meu lugar está sempre à disposição se acharem que devem alterar alguma coisa naquilo que é o grupo, se o meu trabalho não estiver a ser suficiente. Eu sou um homem que assume todas as responsabilidades, eu disse isso quando aqui cheguei, entre a 6.ª e a 7.ª jornada, inclusive aos jogadores. O que passou para trás, o plantel que foi escolhido, as boas e as más escolhas, eu é que sou o responsável. Se o presidente achar que há mais hipóteses do Farense se manter na Liga sem estar eu no comando, dou-lhe um abraço e faço as minhas malas e vou para Coimbra, sem problema nenhum. É gente por quem tenho muito respeito, estive em muitos clubes enquanto jogador e treinador, mas as pessoas não têm a noção do que é este clube. Eu tenho e assumo essa responsabilidade e tenho dado tudo de mim nestes meses – e conseguimos em muita coisa recuperar – mas não está a ser o suficiente», referiu Tozé Marreco.
Tozé Marreco remeteu para mais tarde uma conversa com o presidente João Rodrigues: «Não falámos ainda muito porque os cinco capitães quiseram falar comigo. Vou falar com ele a seguir com mais calma e tempo.»
Sobre a conversa com os capitães, afirmou: «Fica entre nós. Tenho sentido e foi isso que eles quiseram falar, que foi passar uma carta branca para estarem disponíveis para tudo o que querem que eu decida em prol do grupo. Um apoio que lhes agradeci e que foi muito importante, mostrarem um apoio incondicional no meu trabalho e da equipa técnica, apoio incrível que eu não estava à espera, mas que eles fizeram questão de demonstrar.»
Notícia atualizada às 19:20h, com declarações do treinador na sala de imprensa.