Supertaça feminina: no Benfica-Torreense vira o disco e vencem as mesmas (crónica)
O Benfica tinha contas a ajustar com o Torreense, que, em maio, tinha escrito a letras douradas novo capítulo da sua história, ao conquistar a primeira Taça de Portugal diante das águias (2-1, após prolongamento) e, esta tarde, no Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril, as encarnadas não podiam ter tido melhor entrada.
Ivan Baptista estreou-se no comando técnico do Benfica apresentando um sistema de jogo diferente do habitual, um 4x3x3 com Lúcia Alves a extrema direita e Nycole Raysla no meio-campo, ao lado de Gasper e Beatriz Cameirão, e logo após o pontapé de saída, cumpridos 30 segundos, já se gritava golo nas bancadas. Lúcia Alves desmarcou Raysla, que rematou cruzado, e Diana Silva, que trocou o Sporting pelo Benfica, aproveitou a espécie de cruzamento para se estrear a marcar, num lance que ainda mereceu análise do VAR, mas estava dentro da legalidade.
Certo é que a equipa de Torres Vedras não se acanhou, fez peito à pressão alta das encarnadas, cresceu e instalou-se no meio-campo, espaço onde as adversárias marcavam passo, e após punhado de remates à baliza de Pauels, surgiu o empate na sequência de canto batido na direita, com a bola a cair ao segundo poste, após alívio da defesa, e Gerda Konst faturou. Galvanizaram-se as do Oeste, que tomaram as rédeas do jogo e fizeram o Benfica passar um mau bocado.
Nas bancadas, com cerca de quatro mil adeptos, estava o selecionador Francisco Neto que, de certo, tirou notas positivas de jogadoras que pode chamar aos próximos compromissos da equipa das quinas, principalmente em lances de bola parada, em que as azuis-grenás criaram calafrios às águias e chegaram à reviravolta no marcador após livre direto eximiamente cobrado por Paloma, obrigando Pauels a intervenção incompleta e, na recarga, Jessi Rossman faturou.
Ao cair do pano para o intervalo, Lúcia Alves festejou, mas o VAR indicou fora de jogo de Diana Silva.
A segunda parte não foi tão bem jogada, com as de Torres Vedras a acusarem pernas pesadas, o Benfica explorou bem a velocidade de Martín-Prieto e ainda foi pedido um penálti, mas, chamada pelo VAR, Catarina Campos considerou que houve falta de Moller antes de uma suposta mão na bola e assinalou livre. O Torreense foi buscar forças onde parecia já não ter e voltou a fazer história diante do Benfica, levando para casa a sua primeira Supertaça.