Sudakov aluga casa a Ruben Amorim e revela muito sobre o Benfica
Heorhii Sudakov, médio do Benfica, fez revelações sobre a vida privada em Lisboa e sobre o próprio Benfica, em entrevista a um canal de Youtube na Ucrânia.
Os problemas da habitação em Portugal também bateram à porta do jogador, que resolveu o problema com a ajuda de... Ruben Amorim. Sudakov está a viver na antiga casa do técnico e as questões relacionadas com o aluguer foram resolvidas por Maria João Diogo, mulher de Amorim, que, explicou Sudakov, lida com os negócios em Portugal do atual técnico do Manchester United. «Com ele não falei», observa.
«Foi complicado encontrar algo de qualidade em Lisboa. Ou é extremamente caro, ou bastante antiquado e não se compara ao que temos na Ucrânia. Há problemas com a habitação. Vivia num hotel, em Lisboa é difícil encontrar um apartamento ou algo do género. O custo de vida é muito mais alto em comparação com a Ucrânia e estive um mês à procura. Além disso, tive de adaptar tudo ao jardim de infância e às necessidades da minha esposa, o que trouxe alguns desafios. Mas, graças a Deus, finalmente encontrámos uma casa e ela pertence ao treinador do Manchester United, Ruben Amorim», explica.
José Mourinho também foi tema na conversa com o VZBorna. «Não acreditei que Mourinho viesse treinar o Benfica. Quando saiu a primeira notícia, pensei: 'não pode ser'. Achei impossível. Mourinho tem um estatuto incrível, não é à toa que o chamam de special one. Tem algo especial, é difícil de descrever em palavras. É carisma, uma aura que emana dele, transmite tudo de tal forma que começamos a acreditar», disse Sudakov.
O ucraniano revela igualmente uma conversa com o técnico depois do Aves SAD-Benfica: «Jogámos o primeiro jogo sob o comando de Mourinho, vencemos e o jogo seguinte era dois dias depois. E, aparentemente, eu não deveria jogar, porque não estava na lista de convocados. José Mourinho veio ter comigo depois do jogo e disse-me: 'eu sei que você teve um filho, pode ir para a Ucrânia passar um tempo com ele'. E eu respondi 'preciso de dois dias só para a viagem'. Mourinho disse-me para ir e eu acrescentei: 'é muito tempo, mesmo que eu vá por três dias vou gastar dois dias só na viagem'.»
A adaptação ao Benfica está a ser muito boa, diz Sudakov: «Não tive problemas em adaptar-me, é uma equipa muito agradável, todos são muito abertos, positivos, dá para conversar com qualquer um. É um pouco difícil comunicar com os sul-americanos, porque eles não falam inglês e eu ainda não sei português. Mas, em princípio, todos falam inglês, os portugueses e muitos dos estrangeiros. Já me comunico com todos. Sobretudo com os noruegueses Aursnes e Schjelderup, com o grego Pavlidis, o croata Ivanovic, e o bósnio Dedic. E com Leandro Barreiro».
O póquer é forma de passar o tempo nas viagens. «Temos duas mesas no autocarro e sentamo-nos todos juntos, jogamos póquer, conversamos. É assim quando estamos a viajar. Tivemos duas viagens ao Porto, são três horas de viagem e quando não há nada para fazer jogamos por diversão», contou.
As bancadas cheias do Estádio da Luz impressionam o ucraniano de 23 anos: «No nosso estádio, cinco minutos antes do início do jogo, uma águia voa e os adeptos começam a cantar, é uma atmosfera irreal. Foi uma surpresa para mim. Quando estamos a entrar em campo as luzes ainda estão apagadas e os adeptos cantam, arrepia quando isso acontece. É inspirador, especialmente depois da Ucrânia, onde há 500 adeptos nas bancadas.»
Por fim, abordou a intenção de aprender português — «Já estou em contacto com um professor, mas não comecei, há muitas situações, encontrar uma casa, muitos jogos, mudanças» — e falou da forma como os companheiros de equipa lidam com o seu nome: «Quando cheguei, imediatamente me perguntaram qual era o meu nome. Basicamente, toda a gente diz Suda ou Gio. O meu nome traduz-se como Heorhii, Leandro Barreiro viu a palavra pela primeira vez e quando estávamos a sair do Porto, depois do jogo, perguntou-me: 'que nome é este, afinal?' Eles não percebem.»