Sporting: Rodrigo Ribeiro será a 'sombra' de Suárez na Champions

Três anos e meio depois da estreia, Rodrigo Ribeiro poderá voltar a um palco que conheceu com apenas 16 anos. Agora com 20 anos, o avançado formado em Alcochete ganhou a oportunidade de ser a sombra de Luis Suárez na receção ao Club Brugge, na Champions. Com Ioannidis lesionado, Rui Borges decidiu promovê-lo em definitivo aos treinos da equipa principal e, enquanto durar a ausência do avançado grego, o jovem será a segunda opção para o ataque leonino.

Nos leões desde 2017, a história de Rodrigo Ribeiro no futebol sénior do Sporting começou, precisamente, na Champions. Em março de 2022, com apenas 16 anos, Amorim lançou-o nos minutos finais do 0-0 frente ao Manchester City, na 2.ª mão dos oitavos de final. Um dos maiores talentos da formação leonina, desde então, o avançado somou 11 jogos pela equipa principal — cinco em 2021/22, dois em 2022/23, dois em 2024/25 e mais dois na presente época — mas ainda procura o primeiro golo de leão ao peito. No passado sábado, teve finalmente a primeira titularidade pela equipa A, no duelo da Taça de Portugal frente ao Marinhense.

O percurso, contudo, não foi linear. Os empréstimos a Nottingham Forest, em 2024, e Aves SAD, em 2025, ficaram longe das expectativas - 5 jogos pelos ingleses e 23 (um golo) pelos avenses - e travaram uma evolução que, internamente, se acreditava poder ser mais rápida. Ainda assim, o Sporting não perdeu a confiança, fez regressar o jogador e voltou a integrá-lo na equipa B, onde já soma quatro tentos apontados, em 8 jogos, estando a apenas dois golos da melhor época da carreira - 2022/23, quando marcou seis golos pela formação secundária do Sporting.

Apesar de surgir como alternativa direta a Suárez — que tem sido a principal referência ofensiva — o treinador do Sporting vê em Rodrigo Ribeiro mais do que um 9. Rui Borges acredita na versatilidade do jogador e que ele pode atuar mais recuado, como médio ofensivo/segundo avançado, ou descaído num dos flancos, aproveitando duas das suas principais faculdades: a mobilidade e a capacidade técnica.

«É um predestinado em termos técnicos e de leitura. Toma boas decisões, é muito focado e acreditamos muito que pode jogar na frente e no apoio ao avançado, que é onde treina mais na equipa principal. O Rodrigo apareceu demasiado cedo e às vezes os miúdos querem dar dois passos à frente no seu crescimento. Por vezes, não adianta ir para a Liga só para dizer que joga na Liga. O treino dá-lhes umas coisas, mas o jogo dá-lhes muito mais. E ele foi para o Aves SAD e teve pouco tempo de jogo. O que falámos com ele foi que, se calhar, melhor do que ir para uma equipa da Liga e ter 200 minutos, fica connosco, joga na Liga 2 e tem 3000 minutos e pode vir à equipa principal. Porque ele é jogador da equipa A», disse Rui Borges, após o jogo com o Marinhense.

O plano passa agora por ficar com a equipa principal, perto do olhar atento de Rui Borges. Ao contrário de anos anteriores, a saída em janeiro não é uma opção e a administração leonina já sinalizou que não aceitará quaisquer abordagens pelo jovem atacante no mercado de janeiro: o objetivo é avaliá-lo até final da época.

Com 20 anos, Rodrigo Ribeiro chega ao momento mais determinante da sua carreira desde a estreia precoce frente ao Manchester City. Agora mais maduro, e depois das experiências difíceis nos empréstimos, o avançado terá a oportunidade de mostrar a Rui Borges — e ao universo leonino — toda a qualidade e todo o potencial que lhe eram atribuídos. A sombra de Suárez pode, em breve, tornar-se muito mais do que isso e o jogo com o Club Brugge pode ser um ponto de partida para um novo ciclo na vida de Rodrigo Ribeiro.

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