Sporting: Morita faz quase 30 mil quilómetros em 11 dias
Em distância, Hidemasa Morita vai fazer em 11 dias quase 30 mil quilómetros para jogar pela seleção do Japão. Bom sinal para o Sporting porque significa que o rendimento desportivo do jogador está a dar frutos, tanto que é presença indiscutível na equipa nipónica, mau sinal no entanto porque significa desgaste extra: mais dois jogos e mais três viagens longas que depois têm peso, como já alertou Rúben Amorim.
Mas esta é apenas mais uma jornada internacional desgastante para o japonês, que em 2023/2024 integrou o top 10 dos jogadores que jogam na Europa e que mais viajaram para jogos internacionais — no caso do leão dava para dar três voltas e meia ao planeta Terra!
Segundo o Relatório de Monitorização da Carga de Trabalho do Jogador 2024 — Excesso de Carga de Trabalho: Desempenho, Recuperação e Saúde do Jogador, da FIFPRO e baseado em dados que analisam a carga de trabalho excessiva dos futebolistas em todo o mundo durante a época 2023/24, Morita foi o 9.º futebolista de clubes europeus que mais desgaste teve: convocado para 28 viagens, fez 142,320 quilómetros, passou 186 horas a viajar. Tendo em conta que o perímetro da Terra é de 40 mil quilómetros, Morita, na temporada passada, deu um bocadinho mais do que três voltas e meia ao planeta, um desgaste que se nota depois nos jogos a seguir às seleções.
«O que há com o Morita é que o futebol é tão rápido hoje em dia que passamos de um bom para um mau momento. Com o FC Porto, o Morita esteve muito, muito bem, com o Farense para mim foi o melhor em campo e depois houve seleções. Ele faz as viagens, muda a vida dele, o fuso horário… Ele faz um jogo, viaja para outro sítio qualquer, tem jogo e viaja outra vez para cá, quando chega quase não tem tempo de se adaptar. Ele não sairia do jogo com o Lille se não tivesse amarelo, mas ainda não o sinto claramente fresco e ele precisa disso. Morita não está num momento abaixo, tem é um contexto diferente. Era se calhar o nosso jogador mais em forma há umas semanas. O que aconteceu é o que acontece quase sempre que ele vai à seleção, demora algum tempo a adaptar-se à vida normal», explicou Rúben Amorim no dia 21 de setembro, antes do jogo com o Aves SAD.
Ora o treinador do Sporting sabe que vai repetir-se agora mais um destes ciclos. O médio de 29 anos já viajou para Jeddah, na Arábia Saudita, onde a seleção do Japão se encontra e joga na quinta-feira, na qualificação para o Mundial de 2026. Uma viagem de 7200 quilómetros, a que se junta outra de 9500 quilómetros para Saitama, no Japão, onde a seleção nipónica recebe a Austrália de hoje a oito dias. Depois, 11.120 quilómetros para regressar a Lisboa, para um total de 27.820 quilómetros, quase 30 mil para representar o país...
Uruguaios são os últimos a jogar
Se Hidemasa Morita está então no 9.º lugar dos jogadores que alinham na Europa que mais viajaram para compromissos internacionais, a tabela é liderada por um sul-americano, o argentino Cristián Romero, defesa do Tottenham que em 2023/2024 fez 25 viagens para esses compromissos, passou 211 horas a viajar e percorreu 162,978 quilómetros. No top-10 constam nove sul-americanos (só Morita quebra esta tendência) e são precisamente os dois uruguaios do plantel leonino que nesta janela de seleções mais tarde saem de cena. Se Israel e Maxi jogam no sábado com o Peru, na zona sul-americana de qualificação para o Campeonato do Mundo, defrontam o Equador no dia 16, dois antes do jogo do Sporting com o Portimonense, no Algarve, para a Taça de Portugal. Chegam em cima do jogo...
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