José Mourinho, treinador do Benfica - Foto: Miguel Nunes

«Se isto é o novo futebol, em que se invalida um golo por um dedinho pisar outro dedinho...»

Palavras de José Mourinho após empate com o Rio Ave

José Mourinho, treinador do Benfica, fez a análise ao empate dos encarnados frente ao Rio Ave. O técnico português considerou que o golo anulado a António Silva, por falta de Otamendi, devia ter sido validado, aplaudiu a atitude da equipa e afirmou ter gostado mais da segunda parte do que da primeira.

Análise ao jogo.

— Primeira parte, pouco. Segunda parte boa, dentro das nossas limitações. É dominante, é agressiva, teve oportunidades, sempre a jogar no campo adversário e de maneira agressiva. Os dois jogadores que entraram deram um cariz diferente ao jogo. Fazemos um golo que, se isto é o novo futebol, em que se invalida um golo por um dedinho pisar outro dedinho... eu não gosto deste futebol, mas se é o novo futebol temos de o aceitar como tal. Depois, de tanto tentar e tanto criar, fazemos golo. Depois é o momento em que não se pode sofrer, não se pode sofrer golo neste momento do jogo. É tremendamente injusto mas é o resultado do jogo. É péssimo para nós, obviamente, com uma primeira parte pobre mas uma segunda parte boa. O jogo em si foi o que o Rio Ave quis e que o árbitro permitiu e quanto a isso pouco podemos fazer. O que podemos fazer é jogar 90 minutos como jogámos na segunda parte.

Sublinhou a entrada dos dois jogadores. Faltou largura ao Benfica para ferir o adversário nas alas?

— O adversário jogou com linhas de 5 e de 4, é difícil de entrar. Obviamente, uma equipa que joga assim cria pouco. Eles criaram nada, fizeram um golo monumental, crédito ao rapaz [André Luiz]. Mas é difícil de entrar. Não somos uma equipa com grande presença física e no jogo aéreo, temos de procurar a entrada de outras maneiras. Na primeira parte, com o Aurnses e o Ivanovic a dar pouca amplitude, porque são as características que eles têm. Tentámos com o Dedic, tentámos com o Dahl. Na segunda parte, com a entrada daqueles dois, apesar de o Lukebakio não estar nas melhores condições e o Andreas [Schjelderup] ter tentado, criámos bastante, procurámos muito mais profundidade, recuperámos a bola muito rápido. Depois somos penalizados numa transição. Costumo dizer: a equipa que está a ganhar não sofre golos em transição. Nós sofremos e perdemos dois pontos por isso.

O Benfica joga daqui a três dias com o Gil Vicente.

— Sentiu-se pouca frescura — não quero dizer fadiga — nalguns jogadores. Não quis mudar muito, não é momento de fazer grandes mudanças, quis dar continuidade. Viu-se, aqui e ali, pouca frescura, compensada com uma boa atitude. A equipa teve uma boa atitude. Ganhar este jogo, como iríamos ganhar, quase no fim do jogo, seria um boost psicológico importante. O golo sofrido foi exatamente o oposto, mas é como eu lhes dizia: já não podemos ganhar este jogo, podemos ganhar o próximo.