Pela primeira vez haverá uma surfista portuguesa na elite do surf mundial, Yolanda Hopkins. Foto IMAGO
Pela primeira vez haverá uma surfista portuguesa na elite do surf mundial, Yolanda Hopkins - Foto: IMAGO

Rivais de luxo e novas regras para a estreia de Yolanda Hokins na elite do surf

Circuito mundial do próximo ano promete recuperar milhões de fãs com quatro regressos que ostentam 19 títulos de campeão do Mundo (!), Gabriel Medina incluído, um novo formato e, para Portugal, a presença da primeira surfista portuguesa em ação

A Liga Mundial de Surf (WSL) anunciou que Stephanie Gilmore, Carissa Moore, John John Florence e Gabriel Medina receberam wildcards para a temporada de 2026, prometendo um dos anos mais competitivos da história da modalidade.

O brasileiro Gabriel Medina

O regresso destes quatro campeões, que juntos somam 19 títulos mundiais, pode até ser uma combinação astral, mas muitos arriscam que terá a ver com as alterações que a WSL introduziu no Championship Tour (CT) para o próximo ano, onde Portugal terá pela primeira vez uma surfista, a algarvia Yolanda Hopkins.

Carissa Moore

Nenhum afirmou explicitamente que as alterações no modelo competitivo, que volta a premiar a regularidade, são a razão para o regresso, mas John John Florence, tricampeão mundial, que fez uma pausa sabática para acompanhar o crescimento do filho, já disse que prefere que a época termine numa onda decisiva como Pipeline. Já Carissa Moore (5 vezes campeã mundial), que regressa após ter sido mãe, nunca escondeu que sofreu bastante com as «devastadoras» épocas, ao perder dois títulos mundiais, mesmo sendo a melhor do ranking.

Já a oito vezes campeã do mundo, Stephanie Gilmore, regressa ao circuito feminino dois anos depois e sempre assumiu abertamente sobre a sua posição dizendo que os campeões devem ser encontrados com base em toda a temporada, a mesma posição do brasileiro Gabriel Medina que depois de ter estado afastado por lesão no último ano, está de volta com os seus três títulos mundiais.

Stephanie Gilmore

Assim, em 2026, o CT conta com 12 etapas, arranca na Austrália, em Bells Beach, e termina em Pipeline, no Havaí, o berço do surf, mas, em 2026 terá 36 homens e 24 mulheres (mais seis do que em 2025) em competição. Mas é, sobretudo, a forma de encontrar os campeões que está a atrair os nomes grandes e parece animar os fãs.

Calendário CT 2026

  1. Bells Beach, Victoria, Austrália: 1 a 11 de abril

  2. Margaret River, Austrália Ocidental, Austrália: 17 a 27 de abril

  3. Snapper Rocks, Queensland, Austrália: 2 a 12 de maio

  4. Punta Roca, El Salvador: 28 de maio a 7 de junho

  5. Saquarema, Rio de Janeiro, Brasil: 12 a 20 de junho

  6. Jeffreys Bay, África do Sul: 10 a 20 de julho

  7. Teahupo'o, Taiti, Polinésia Francesa: 8 a 18 de agosto

  8. Cloudbreak, Fiji: 25 de agosto a 4 de setembro

  9. Lower Trestles, San Clemente, Califórnia, EUA: 11 a 20 de setembro

  10. Surf Abu Dhabi, Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos: 14 a 18 de outubro

  11. Peniche, Portugal: 22 de outubro a 1 de novembro

  12. Banzai Pipeline, Havaí, EUA: 8 a 20 de dezembro

Nos últimos cinco anos, os campeões eram decididos Finals da WSL, num só dia, com o top 5. O argumento a favor era que quando o título mundial era decidido pelo ranking e regularidade, o momento decisivo podia acontecer antes de Pipeline e isso tirava emoção ao resto do mundial.

A solução da WSL foi premiar a regularidade e o ranking sendo que a etapa Pipe Masters, a última, terá um novo peso, oferecendo 15 mil pontos, 50% a mais do que qualquer outra etapa.

Para o ranking final e definição dos campeões mundiais, serão considerados os nove melhores resultados de um total de 12 possíveis.

Neste ano, que celebra os 50 anos do circuito profissional, também não haverá mais baterias sem eliminação e, consequentemente, a chamada repescagem. Toso dos heats valem classificação direta, o que aumenta a pressão e os riscos.

Durante a temporada regular (etapas 1 a 9), o circuito contará com 36 homens e 24 mulheres. Após a nona etapa, em Trestles, o número de surfistas será reduzido para a fase final: 24 homens e 16 mulheres disputarão as duas etapas seguintes — em Abu Dhabi e Portugal —, além do encerramento em Pipeline, onde todos os surfistas se reúnem novamente.