Renato Nhaga: à noite gelou a Luz, de manhã foi… à escola

Renato Nhaga foi o causador de alguns pesadelos para os adeptos do Benfica – afinal, o médio de apenas 18 anos foi lançado em jogo pelo técnico Gonçalo Brandão (que se estreava no cargo) aos 75’, para aos 90+1’ apontar o golo que garantiu o empate ao Casa Pia e gelou o Estádio da Luz.

O médio guineense deitou-se após uma noite de glória e esta segunda-feira levantou-se de manhã para ir… à escola – afinal, Nhaga acumula a carreira profissional de futebolista com o percurso académico e é, em simultâneo, estudante na… Casa Pia de Lisboa, frequentando o curso de técnico de apoio à gestão desportiva.

Um caso claro de um casapiano da cabeça aos pés, que representa as origens do clube lisboeta, originalmente constituído por estudantes dos vários colégios da instituição-mãe e vive um momento alto: afinal, o golo apontado ao Benfica foi o seu primeiro como profissional e apenas o terceiro enquanto… jogador federado.

Antes do golo alcançado na Luz, Nhaga havia marcado em Mafra, pelos juniores dos gansos, em setembro do ano passado, depois de se estrear a marcar na sua formação em Portugal contra… o Benfica, pelos sub-17 do clube lisboeta, em outubro de 2023, numa derrota (1-3) em partida realizada no Seixal.

O centrocampista havia chegado da Guiné-Bissau apenas poucos meses antes e aguardava pela habitual burocracia para obter título de residência no nosso país. Assim que o fez, Renato Nhaga foi imediatamente inscrito e aproveitado nas camadas jovens do emblema de Pina Manique, em agosto de 2023.

Em pouco mais de dois anos, a pérola africana passou do campeonato nacional de juvenis para a Liga, na qual já tinha cumprido a estreia na época transata – três jogos – e, a partir deste domingo, para a ribalta: a partir de agora, Nhaga passa a figurar em muitos blocos de notas e o Casa Pia respira de alívio por ainda este verão ter conseguido blindar o jogador com um novo contrato, válido até 2028, adivinhando aproximações e propostas que não deverão demorar a chegar à administração.

No imediato, Nhaga concentrar-se-á em recuperar a titularidade no Casa Pia, que havia perdido após a prestação menos conseguida a nível individual e coletivo ante o Estrela da Amadora, numa derrota por 5-3 que resultaria na saída de João Pereira do comando técnico do emblema da capital.