«Rafael Leão pode perfeitamente ganhar a Bola de Ouro»
Numa longa entrevista ao podcast FilthyFellas, Fikayo Tomori, defesa do Milan, falou abertamente sobre a sua carreira, a mentalidade no clube italiano e a rivalidade entre campeonatos. O jogador inglês destacou também o potencial de Rafael Leão, elegendo-o como um dos colegas mais talentosos.
Ao eleger os seus melhores colegas de equipa, Tomori não hesitou em colocar o avançado português no topo dos elogios.
«O Rafa Leão podia perfeitamente ganhar a Bola de Ouro. É alto, é forte, é rápido, sabe driblar. Tem tudo para ser um dos melhores do mundo.»
O defesa destacou ainda Tijjani Reijnders, que é «demasiado forte em espaços curtos», e a dupla letal que o acompanhava no lado esquerdo: «Claro, o Theo Hernández. Quando ele e o Rafa arrancavam pela esquerda, havia pouco a fazer.» No seu top 3 de colegas mais talentosos, Tomori colocou o Bola de Ouro Luka Modrić em primeiro lugar: «Quando ele chegou, ninguém sabia o que esperar, mas depois do primeiro treino percebemos tudo. É incrível.»
O desafio de marcar Cristiano Ronaldo
O desafio de defrontar Cristiano Ronaldo quando este jogava na Juventus foi um dos pontos altos da entrevista. Tomori recordou a pressão peculiar de marcar o português: «O Ronaldo jogava na Juve na altura e eu pensei: 'Hoje não o posso deixar marcar'. De certa forma, não senti pressão. Ele marcou tantos golos que, se marcasse, ninguém iria reparar que foi contra mim», brincou. O defesa explicou que a chave era a antecipação: «Não podia permitir que ele tocasse na bola antes de mim. Se ele chegasse primeiro, estava feito.» Contudo, a tática italiana ajudava: «De qualquer forma, em Itália defende-se de forma diferente, raramente haveria um duelo de um contra um, porque estaríamos dois em cima dele.»
A mentalidade inigualável de Ibrahimović
Tomori recordou a figura de Zlatan Ibrahimovic, descrevendo-o como a pessoa mais competitiva que já conheceu em todos os aspetos:
«O Ibra é a pessoa mais competitiva que já conheci na minha vida, em tudo. Nos treinos de cinco contra cinco, ele não aceitava perder. Podíamos continuar a jogar até a equipa dele ganhar, caso contrário, voltava furioso para o balneário e fazia uma confusão.»
Essa mentalidade, segundo Tomori, era contagiante: «Nunca queres ser aquele que lhe passa mal a bola. Ele não te permite abrandar. Mesmo no último jogo da época, quando estávamos a ganhar por 3-0 ao intervalo, ele entrou no balneário e deixou claro que o jogo não estava ganho.»
A mudança para Itália e a Seleção Inglesa
O defesa inglês revelou que a sua mudança para Itália foi rápida, confessando que sempre se imaginou a jogar fora de Inglaterra, e que o telefonema de Paolo Maldini o deixou «em choque».
Sobre a Seleção Inglesa, Tomori foi claro ao dizer: «Não creio que não seja convocado por jogar em Itália.» O selecionador Gareth Southgate encorajou-o: «Ele disse-me: 'Estás quase lá, continua assim'.»
Ao comparar as ligas, o defesa citou o colega Malick Thiaw: «Na Serie A é diferente. Se o Pisa vier a San Siro, joga para não perder. Se o Sunderland for jogar contra o Arsenal em Londres, quer ganhar.»
Por fim, recordou a Conquista do Scudetto em 2022: «Ganhar a Serie A foi incrível, especialmente porque ninguém nos dava como favoritos. Com o apito final, toda a gente invadiu o campo. Foi uma loucura.»