Quem gosta de futebol, tem de gostar deste Estoril!
O projeto foi pensado a longo prazo e há muito que dá frutos. Caso raro no nosso futebol, o Estoril tem o mesmo treinador há um ano e meio : Ian Cathro, o mais português dos escoceses e que, antes de assumir os canarinhos, foi durante quase uma década adjunto de Nuno Espírito Santo em equipas como Rio Ave, Valência, Wolverhampton e Tottenham.
E os resultados de tão prolongada relação estão à vista. O Estoril é uma das equipas mais excitantes da nossa Liga, com ideias bem definidas, com um filosofia que a torna melhor a atacar do que a defender, mas que a deixa sempre mais perto da vitória do que da derrota.
Viu-se isso mesmo no banho de bola que os canarinhos protagonizaram no Dragão a 30 de novembro, não obstante terem saído derrotados desse duelo com o FC Porto (0-1); viu-se, também e sobretudo, nos espetaculares embates com outra bela equipa, o Moreirense (3-3), com o Arouca (4-3), em Vila do Conde com o Rio Ave (4-0), diante do SC Braga (1-0) e, anteontem, na receção ao Alverca (4-1), na qual voltou a ser evidente a qualidade superior de algumas das peças às ordens de Ian Cathro, em particular a de Yanis Begraoui, antigo internacional jovem marroquino e que , aos 25 anos, surge em todo o seu esplendor na equipa da linha, tendo, diante dos ribatejanos, juntado dois golos aos seis que já marcara, chegando aos oito que fazem dele o goleador-mor do Estoril.
Mas há mais destaques no plantel do autointitulado Mágico: de João Carvalho a André Lacximicant, passando por Rafik Guitane ou Jordan Holsgrove, talento não falta num Estoril com um dos melhores ataques da Liga portuguesa (27 golos em 16 jogos), só ultrapassado por Sporting (46), FC Porto (33) e Benfica (33) e SC Braga (28).