Primeiro-ministro francês demite-se, durou menos de um mês
O primeiro-ministro de França, Sébastien Lecornu, apresentou esta segunda-feira a sua demissão, menos de um dia após a divulgação do seu governo e menos de um mês depois de ser indicado por Emmanuel Macron como sucessor de François Bayrou, que não resistiu à rejeição do orçamento que apresentou.
O anúncio foi feito pelo Palácio do Eliseu depois de Lecornu se ter reunido com o presidente Emmanuel Macron durante uma hora esta manhã.
A decisão surge apenas 26 dias após a nomeação de Lecornu como primeiro-ministro, na sequência da queda do governo anterior de François Bayrou.
Os partidos da Assembleia Nacional criticaram ferozmente a composição do governo de Lecornu, que se manteve praticamente inalterada em relação à de Bayrou, e ameaçaram chumbar o executivo através de uma moção de censura.
Vários partidos exigem agora eleições antecipadas, com alguns a pedirem também a demissão de Macron, embora o presidente tenha sempre afirmado que não abandonará o cargo antes do final do seu mandato, em 2027.
A política francesa vive um período de grande instabilidade desde julho de 2024, quando eleições legislativas antecipadas resultaram num parlamento sem maioria absoluta e num impasse entre extrema-esquerda, centro e extrema-direita.
Esta situação tem dificultado a tarefa de qualquer primeiro-ministro — que é indicado pelo Presidente da República — em obter o apoio necessário para aprovar leis e o orçamento anual.
Lecornu, antigo ministro das Forças Armadas e um aliado de Macron, foi o quinto primeiro-ministro de França em menos de dois anos.