Portugal ativa Mecanismo Europeu de Proteção Civil

Portugal ativa Mecanismo Europeu de Proteção Civil

No combate aos incêndios por todo o país estão cerca de 2850 operacionais, 960 carros dos bombeiros e 32 meios aéreos

Portugal encontra-se numa situação bastante complicada devido aos incêndios que decorrem em todo o país e, assim, foi ativado o Mecanismo Europeu de Proteção Civil de combate aos incêndios, anunciado na tarde desta sexta-feira pela Autoridade Nacional.

Foi pedido um maior apoio com quatro aviões canadair para ajudar no combate aos incêndios, anunciou Mário Silvestre, Comandante da Proteção Civil, em conferência de imprensa.

«Somos o sétimo país da Europa a ativar o Mecanismo Europeu de Proteção Civil», esclareceu o comandante. Inicialmente, Portugal optou por acordos bilaterais com vários países, ao abrigo dos quais chegaram, por exemplo, os dois canadair de Marrocos que têm ajudado no combate aos fogos. No entanto, «a expansão dos incêndios no dia de ontem» e uma «noite extremamente complexa» levaram à decisão de avançar com o pedido de ajuda à União Europeia.

Em Arganil, no concelho da aldeia do Piódão, o fogo já cruzou diversos municípios no centro do país; a aldeia de Moura da Serra ficou cercada por chamas e os bombeiros tentaram utilizar uma estratégia para dominar o incêndio, mas o vento forte não deu tréguas e os operacionais não conseguiram controlar as chamas.

Em Trancoso, o incêndio acabou por se alastrar para mais de oito municípios dos distritos de Viseu e Guarda e destruiu uma oficina de automóveis, prejuízo que está calculado em mais de meio milhão de euros. Em Coimbra existem ainda duas frentes ativas e, apesar de durante a noite a situação se ter acalmado, na manhã desta sexta-feira voltou a complicar-se.

O incêndio que deflagrou na quinta-feira ao início da tarde no concelho de Castelo de Vide, em Portalegre, foi dominado esta manhã e a área ardida ultrapassa os mil hectares, tendo acabado mesmo por afetar várias casas.

Em Sátão e Trancoso, a área ardida vai além dos 56 mil hectares – o fogo avançou cerca de 30 quilómetros em apenas 3 horas. Entre a noite de quinta-feira e a manhã de sexta existiam 36 ocorrências no país, com um total de 2850 operacionais no terreno, 960 carros dos bombeiros e 32 meios aéreos.

Os incêndios mais preocupantes são os que deflagram em Trancoso, Vila Boa, Sátão, Piódão, Cinfães e Lousã.