Portugal festejou Mundial de sub-17, no Qatar - Foto: Imago
Portugal festejou Mundial de sub-17, no Qatar - Foto: Imago

Pontapé de saída

'Tribuna Livre' é um espaço de opinião em A Bola aberto ao exterior, este da responsabilidade de João Medeiros Cardoso, Diretor Comercial e de Marketing da Federação Portuguesa de Futebol

Começo esta opinião por agradecer à Direção de A BOLA a possibilidade de escrever num dos órgãos de informação mais prestigiantes do País. O timing do artigo não podia ser melhor, dias depois de uma das páginas mais bonitas do Desporto português, com a conquista do Campeonato do Mundo de sub-17, o quinto título conquistado nos últimos nove meses.

Um feito histórico, que fecha um mês marcante para as Seleções Nacionais, com a qualificação da Seleção Nacional AA para o Mundial-2026 e a estreia de Portugal no primeiro Mundial de Futsal Feminino. Nos próximos dias começa a contagem decrescente para o Campeonato do Mundo, com a realização, em Washington, do sorteio.

As Seleções Nacionais são, hoje, os expoentes máximos, não apenas do futebol português, mas do próprio País. Não o dizemos por sobranceria, mas a constatação de que são as entidades que mais transportam notoriedade ao País. Já não se concebe um Mundial sem Portugal, uma Seleção que regista interesse mundial.

Um barómetro é a presença nas redes sociais, com a página de Instagram de Portugal a superar, em seguidores, as de Brasil, Argentina, França ou Espanha. Números que demonstram esta grandeza e que fazem da Seleção um ativo comercial, com um potencial intangível. Todo esse potencial foi mais uma vez valorizado com a vitória dos Sub-17, com métricas de alcance e interação, a nível mundial, notáveis.

Cada vitória das nossas Seleções Nacionais não é apenas a vitória de uma equipa. É a vitória de todo um ecossistema, que começa na base, com clubes e movimento associativo, e com o futebol profissional no topo da pirâmide. Mas é também a vitória dos nossos parceiros. As conquistas das Seleções são também uma vitória deles, a quem deixamos o nosso agradecimento e reconhecimento.

O País vibra com os sucessos da Seleção Nacional, mas jamais poderemos tomar como garantido o êxito ou a presença em todas as fases finais, sem prosseguir com esse trabalho. Para tal é importante que todo o País puxe para o mesmo lado, que forneça condições para o sucesso. Ou, pelo menos, que não o limite.

A questão dos custos de contexto — cuja taxa de IVA na bilhética a 23 por cento, ao invés dos seis por cento da Cultura — é um dos principais limites à capacidade de reter talento. O mesmo se aplica ao IRS e a outras matérias, que não possuem qualquer incentivo, ao contrário do que acontece com outras atividades económicas, sem esquecer que estas políticas são implementadas… nos nossos concorrentes.

Desafios que têm sido assinalados por Pedro Proença e pela Federação Portuguesa de Futebol e que tem mobilizado todo o Desporto para um maior reconhecimento com a correção destas injustiças, sob pena de limitar a nossa competitividade e sustentabilidade.