O protesto do Estudiantes na guarda de honra ao Rosario Central - Foto: IMAGO

Polémica: protesto na guarda de honra a Di María e companhia vale castigo pesado

Jogadores do Estudiantes que participaram no protesto foram suspenso por dois jogos. Presidente do clube, Juan Sebastián Verón, considerado o organizador da causa e foi castigado por seis meses

A Associação do Futebol Argentino aplicou uma pesada sanção ao Estudiantes de La Plata, depois de os jogadores da formação platense terem virado costas na guarda de honra ao Rosario Central, de Di María.

O incidente deu-se no último fim de semana, na sequência de uma decisão inédita da AFA de atribuir um título inesperado ao Rosario por ter sido o clube que mais pontos fez no ano civil na primeira divisão argentina. Como protesto pela medida, o plantel do Estudiantes recusou fazer a guarda de honra tradicional.

Depois de vários dias de deliberações, os castigos foram conhecidos e são pesados. Desde logo, todos os jogadores que participaram no ato foram suspensos por dois jogos.

A juntar a isso, o presidente do conjunto de La Plata, Juan Sebastián Verón, foi suspenso de toda a atividade desportiva por seis meses. De acordo com a resolução, Verón foi considerado o cabecilha do protesto, daí ter tido o castigo mais pesado.

«É, portanto, o próprio presidente quem reconhece ter dado a ordem que originou o comportamento aqui julgado, o que revela que não se tratou de um gesto improvisado ou isolado de algum jogador, mas de uma diretiva emanada da mais alta autoridade institucional do clube», pode ler-se no documento.

Em relação à suspensão dos jogadores, a mesma só será aplicada em 2026. No total, são 11 os futebolistas castigados, os 11 que foram titulares na partida. Acresce a isto a situação de Santiago Núñez: por ter sido o capitão de equipa nesse encontro, que o Estudiantes venceu por 1-0, fica ainda proibido de exercer essa função durante três meses.

Em comunicado, o Estudiantes de la Plata não descartou recorrer da decisão e manifestou total apoio a Juan Sebastián Verón e aos jogadores.

«Em função dos factos de conhecimento público, a direção do Club Estudiantes de La Plata informa os seus sócios, adeptos e a comunidade em geral que se encontra a analisar detalhadamente a sanção recebida, a fim de tomar as medidas adequadas na defesa dos interesses da instituição e dos seus membros. Neste contexto, a Direção manifesta o seu apoio absoluto ao seu presidente Juan Sebastián Verón, a Santiago Núñez e a todo o plantel profissional», lê-se, na nota.

Clubes sentiram-se enganados por Chiqui Tapia

A polémica estalou no dia 20 de novembro, depois de uma reunião da AFA com os clubes da primeira divisão argentina. De acordo com relatos na imprensa, os clubes não gostaram da forma como a situação foi orquestrada pelo presidente do organismo que rege o futebol argentino, Chiqui Tapia.

Tapia terá proposto um «reconhecimento» ao Rosario Central por ter sido a equipa que mais pontos fez no ano civil de 2025, sugestão aceite pelos dirigentes. No entanto, os presentes foram surpreendidos com a entrega de um troféu físico a Di María, capitão do Rosario Central, e a atribuição do título de campeão.

Chiqui Tapia reiterou que a distinção havia sido votada favoravelmente, mas os clubes, por sua vez, sentiram-se enganados, pois achavam que apenas haviam votado um «reconhecimento». Curiosamente, o Estudiantes de la Plata foi a única organização a declarar, em público, que não tinha havido qualquer votação para decidir a entrega do título ao Rosario.

De resto, este foi mais um episódio de discórdia entre o futebol argentino e o presidente da Associação do Futebol Argentino, Chiqui Tapia. Para muitos, adeptos e dirigentes, o líder da AFA tem-se escudado no sucesso recente da seleção argentina, assim como na relação com Lionel Messi, para manietar as principais competições do futebol local.