Carlos Alcaraz
Carlos Alcaraz - Foto: IMAGO

Perfeição, festas e Donald Trump: Alcaraz abre o livro

Tenista espanhol diz que «o melhor Carlos ainda não apareceu»

Carlos Alcaraz, 22 anos, conquistou no domingo o sexto Grand Slam da carreira, ao derrotar Jannik Sinner na final do US Open por 6-2, 3-6, 6-1, 6-4. No regresso à primeira posição do ranking mundial, partilhou o estado de espírito vivido.

«Melhor torneio da carreira? Sim, definitivamente, porque joguei a um nível muito alto do início ao fim, sendo muito consistente em cada jogo e isso é algo que desejo. Foram duas semanas espetaculares, do ponto de vista do ténis. Um nível muito alto. Afinal, trabalho muito todos os dias para isso. É preciso valorizar o quão difícil é ganhar até mesmo um Grand Slam, por isso agora é hora de aproveitar o momento», disse, citado pelo El País.

«A verdade é que não acredito que exista perfeição; talvez se possa chegar perto dela, mas não existe. Por isso, vou manter os pés na terra, lembrando-me de que há sempre espaço para ser melhor, que outro jogador, talvez até o Jannik [Sinner], possa superar-me e ser melhor do que eu», acrescentou, juntando: «Temos de continuar a avançar, a treinar e a melhorar dia após dia, e tenho a certeza de que nunca serei perfeito. É simplesmente uma questão de nos aproximarmos disso. Isso mantém-me motivado.»

Alcaraz sobre Sinner: «Não creio que a bola esteja do lado dele agora»

O próximo passo nesse trajeto está nas mãos de Alcaraz e não de Sinner: «Não creio que a bola esteja do lado dele agora, porque também eu tenho de estar alerta para ver o que ele fará de diferente. Tenho de manter-me atento, preparar-me mais e continuar a desenvolver-me em vários aspetos. Essa é a beleza desta rivalidade, dos nossos jogos; levamos os nossos limites tão longe que nos forçamos a ser melhores dia após dia, em cada torneio. O melhor Carlos ainda não apareceu.»

Alcaraz revelou que, após a conquista do US Open, irá tirar um tempo para celebrar o sucesso e falou mais uma vez sobre a sua apetência para festas, dizendo que é algo normal para a idade que tem.

«Amadurecemos e crescemos, aprendendo a gerir muitas situações, mas mantenho o mesmo entusiasmo de antes. Tento gerir tudo da melhor forma possível, porque não é fácil. Mas se as coisas correm bem fora do campo, não é incomum que corram bem também no campo. Percebi o quão importante é ter cuidado para que cada detalhe seja perfeito. Creio que essa é a maior melhoria», notou.

Outro objetivo do hexacampeão de Grand Slams é ser um modelo, um exemplo para os jovens, e uma das formas de o fazer é ter cuidado com o que e como fala. Questionado sobre se sentiu a pressão da curiosidade dos jornalistas sobre Donald Trump, Alcaraz não hesitou.

«Tenho a certeza de que o que digo pode ser amplificado e exagerado. Se disser algo que não é apreciado, mas não usar as palavras corretas, pode causar problemas. Simplesmente tento ser o mais cuidadoso possível com o que digo e como digo, porque muitas vezes, se alguém está chateado por ter perdido ou ter tido um dia mau, é difícil medir as palavras. Tento fazê-lo desta forma, expressando-me sempre com respeito e fair-play», atirou.