Diogo Viana, de 35 anos - diogovianaa10/instagram
Diogo Viana, de 35 anos - diogovianaa10/instagram

«Pela primeira vez na minha carreira senti-me totalmente desrespeitado»

Diogo Viana denuncia rescisão de contrato «sem qualquer justificação». Anadia destaca diferenças entre as publicações dos dois jogadores com quem rescindiu contrato nas últimas semanas

Diogo Viana revelou que é um jogador livre, depois do Anadia ter rescindido unilateralmente o contrato que ligava as duas partes. O extremo de 35 anos criticou ferozmente o clube do Campeonato de Portugal em comunicado: «A minha passagem pelo Anadia não correu, infelizmente, como desejava. Pela primeira vez na minha carreira desportiva senti-me totalmente desrespeitado enquanto pessoa e profissional.»

Diogo Viana explicou que a direção do Anadia decidiu rescindir contrato «sem qualquer justificação para o efeito», antes de revelar que recorreu aos tribunais «para a resolução da questão.» O jogador formado no FC Porto considerou que o conflito pautou-se pelo «total desprezo» pelos direitos laborais, traduzindo-se num «precedente grave que nenhum futebolista pode aceitar na defesa da sua profissão».

«Sigo confiante e ciente de que voltarei a ser feliz a fazer o que mais gosto», frisou Viana, que reiterou o apoio do Sindicato dos Jogadores. O atleta de 35 anos não foi o único a ver o contrato com o Anadia ser terminado de forma unilateral: Fábio Fortes denunciou a mesma situação, a 18 de novembro.

A resposta do Anadia

O Anadia respondeu, em comunicado, à publicação de Diogo Viana. O clube da Bairrada explicou que as decisões de rescindir os contratos do extremo, mas também de Fábio Fortes, foram tomadas após «avaliações internas realizadas pela equipa técnica, pelo diretor desportivo e pela administração» que tiveram em conta «critérios técnicos e comportamentais».

A SAD do Anadia garantiu que iniciou um processo de rescisão «consensual» e que propôs «soluções amigáveis e equilibradas para todas as partes», que «não foram aceites». «Todo o processo foi conduzido com total rigor e respeito pelas normas aplicáveis. Não existe, por isso, qualquer despedimento ilícito - apenas o exercício legítimo de direitos contratuais», frisou o 13.º classificado da Série B do Campeonato de Portugal.

A garantia do legalidade do processo coincidiu, ainda assim, com um questionamento sobre o timing da publicação de Diogo Viana, em relação ao anúncio de Fábio Fortes: «O Anadia FC SAD não deixará, contudo, de notar um facto curioso: enquanto um dos atletas expressou a sua indignação praticamente de imediato, o comunicado agora divulgado por Diogo Viana surge cerca de quatro semanas após a rescisão - um intervalo de tempo que naturalmente suscita reflexão sobre o momento escolhido para se manifestar. A coincidência no estilo, na estrutura e no enquadramento narrativo entre ambos os textos é igualmente digna de nota, revelando, no mínimo, uma impressionante convergência de inspiração. Sem entrar em especulações, registamos apenas que certas manifestações públicas parecem surgir não no momento dos acontecimentos, mas no momento mais conveniente.»