Pedro Henriques analisa Aves SAD-Benfica: penálti por assinalar e vermelho por mostrar
Pedro Henriques, especialista de arbitragem de A BOLA, analisou a prestação de Bruno Costa, árbitro do Aves SAD- Benfica, e da respetiva equipa de arbitragem. Para Pedro Henriques, o juiz fez uma arbitragem com alguns erros muito penalizadores. Um pontapé de penálti a favor do Benfica ficou por assinalar além de um cartão vermelho que também ficou por mostrar a Devenish, defesa da equipa avense.
Análise aos principais casos do encontro
12’ Golo anulado a Ivanovic porque, no corredor esquerdo, Samuel Dahl quando cruzou a bola esta já tinha ultrapassado completamente a linha de baliza. O assistente deixou terminar a jogada e só depois levantou a bandeirola, cumpriu protocolo. O VAR não tem tecnologia de linha de golo, o que daria uma ajuda mais tecnológica e assertiva, mas que tem várias câmaras ao seu dispor, nomeadamente a de topo, a por trás da linha de baliza e a de plano curtos, confirmou o que o assistente viu no terreno de jogo. Boa decisão.
19’ Sidi Bane esticou a perna esquerda e tocou com o joelho no joelho também esquerdo de Ivanovic antes de tocar com o calcanhar na parte superior da bola. Em simultâneo, e por trás, tocou com o seu joelho direito no gémeo direito do avançado croata, ação que o fez cair quando tinha a bola à sua frente disponível para ser jogada e para prosseguir o lance caso não tivesse sido derrubado. Infração passível de pontapé de penálti que ficou por assinalar.
29’ Cartão amarelo bem mostrado a António Silva. Sem qualquer objetivo de jogar a bola, com a mão esquerda tocou e puxou o ombro de Tomané, retardando desta forma a progressão do avançado avense. Uma infração antidesportiva e enquadrada na falta tática.
41’ Simão Bertelli, guarda-redes do Aves SAD, foi advertido. Passou a imagem na TV do guardião e da referência ao cartão exibido, mas nunca mostraram a situação que terá originado essa advertência, nem o árbitro a exibir o cartão. Deduzo que por demora na reposição da bola em jogo. Fica a nota que estes lances, mesmo que por alguma razão não passem no direto, porque o realizador opta por estar a dar repetições de outros lances, deveriam de aparecer mais tarde na transmissão para que se possa esclarecer o motivo e a razão dessa intervenção disciplinar.
45’ Foram dados quatro minutos de tempo-extra, recuperação de tempo perdido, em função da assistência médica a Bruno Lourenço, pelo golo anulado ao Benfica onde o VAR esteve a verificar se a bola tinha saído do terreno de jogo, e pelos dois amarelos mostrados. Correta a contagem que foi feita.
56’ Pontapé de penálti bem assinalado pelo árbitro e posteriormente confirmado pelo VAR. Sidi Bane, ao saltar à bola para a intercetar nunca lhe tocou, quem o fez foi Otamendi que cabeceou o esférico, sendo que o jogador avense foi imprudente na abordagem que fez. Além de não tocar na bola ainda acertou com o braço direito na boca do central derrubando-o. Boa decisão confirmada pelo VAR.
63’ Golo legal de Sudakov, sem que tenha havido qualquer infração à lei do fora de jogo na construção da jogada, quando a bola foi passada para Pavlidis. Não obstante ser visível pela repetição, era importante que a Cidade do Futebol, através do VAR, tivesse enviado as linhas do fora de jogo para confirmar, ou se enviaram, quem transmite deve colocar sempre essas linhas, é importante em termos de clarificação e de possíveis dúvidas ou insinuações.
74’ Sem penálti de Dedic sobre Guilherme Neiva. O lateral das águias tem a sua posição ganha e limita-se a manter-se firme quando a bola é cruzada, sendo que o contacto foi normal e provocado pelo jogador avense nas costas do adversário. Tudo legal.
84’ Cartão vermelho por mostrar a Devenish por falta sobre Pavlidis anulando clara oportunidade. Devenish com o pé esquerdo toca na bola, mas com o pé direito varre o pé esquerdo do grego, que vai na direção da baliza adversária, com a bola disponível para ser jogada (bola controlada), com uma distância curta para a baliza adversária e com o jogador avense mais próximo que poderia intervir a mais de seis metros de distância, para trás, do local de infração. VAR poderia ter intervindo, está contemplado no protocolo, contudo teve entendimento diferente.
90’ Mais uma vez o tempo-extra não foi o adequado. Numa competição na qual os golos marcados e sofridos têm impacto para a classificação, onde há prémios para os melhores marcadores, independentemente do resultado estar feito e do jogo estar resolvido, é importante que os árbitros sejam mais assertivos nesta matéria. No segundo tempo houve cinco paragens para substituições, dois golos, um de penálti onde o VAR esteve a rever imagens e outro com possível fora de jogo onde também o VAR esteve a rever antes de validar. Quatro minutos foi pouco para compensar estas incidências.