Intensidade foi a imagem de marca do duelo entre avenses e auriverdes - Foto: Hugo Delgado/LUSA
Intensidade foi a imagem de marca do duelo entre avenses e auriverdes - Foto: Hugo Delgado/LUSA

'Parceiros' seguem firmes em cima da linha vermelha (crónica)

Nortenhos e beirões não conseguem sair do 'colete de forças' na classificação. Jogo aberto, intenso e com golos... mas ninguém sorriu. Semedo em estreia

Estavam ambos a necessitar de pontos como de pão para a boca... assim continuam.

Mas quem não soubesse que Aves SAD e Tondela estavam (e estão) nos dois últimos lugares da tabela classificativa, não diria, com toda a certeza, que era esse o cenário. Porque o jogo teve qualidade, mas, e acima de tudo, intensidade. Muita intensidade. Com ambas as equipas a darem tudo pela vitória, o que, no caso dos avenses, seria a primeira na presente edição do campeonato. Não aconteceu.

Depois de Óscar Perea deixar a primeira ameaça para os da casa (12'), Rony Lopes aproveitou a gentileza de João Gonçalves e colocou os forasteiros na frente: remate cruzado do internacional português, o guarda-redes não ficou nada bem na fotografia e a bola entrou na sua baliza.

O golo deixou os auriverdes mais confortáveis, mas, ao contrário do que poderia pensar-se, não beliscou o estado de espírito dos avenses. A turma orientada por João Pedro Sousa tem, naturalmente, o peso de ainda não ter qualquer triunfo na Liga, mas as exibições têm vindo a crescer — as dinâmicas coletivas estão em fase de maturação, a equipa explora bem os corredores laterais e chega com relativa frequência a zonas de finalização — e a verdade é que ainda falta muito campeonato. O início não foi (nada) bom, mas o futuro está totalmente em aberto.

O início não foi (nada) bom, mas o futuro está totalmente em aberto. A crença deu resultado e, em cima do intervalo, Sidi Bane, que havia acompanhado uma jogada de ataque da sua equipa, rematou certeiro, contando também com o facto de a bola ter sido prensada devido à intervenção de Yarlen.

A intensidade manteve-se em toada elevada nos segundos 45 minutos, com domínio repartido, mas com os dois emblemas a manterem o denominador comum: o golo. Diogo Spencer, num passe típico de um... número 10, ofereceu a felicidade a Óscar Perea e o internacional sub-20 colombiano não desperdiçou a oportunidade de dar a cambalhota ao texto.

Durou pouco, porém, a festa dos nortenhos. Seis minutos depois, Sidi Bane, imprudente, desviou a bola com o braço no interior da sua grande área e Pedro Maranhão, chamado à conversão do castigo máximo, selou o 2-2.

Foi o resultado final... mas podia não ter sido. Estávamos a cerca de 20 minutos do último apito e até esse instante Ivan Cavaleiro, Brayan Medina, Yefrei Rodríguez e Pedro Lima ainda tentaram ser felizes.

Menção honrosa para Rúben Semedo. O internacional português está de regresso a solo lusitano e estreou-se com a camisola do Aves SAD, realizando exibição sólida.

O melhor em campo: Pedro Maranhão (Tondela)
Velocidade é o seu nome do meio e o extremo brasileiro andou de mota (de alta cilindrada) pela Vila das Aves. Sempre disposto a aceitar as solicitações à profundidade, também teve o condão de tratar bem a bola quando a equipa estava em fase de organização defensiva. Ameaçou o golo a terminar a primeira parte, consumou os intentos já no decorrer da segunda, da marca dos 11 metros.
A figura: Óscar Perea (Aves SAD)
O jovem colombiano não pede licença para fugir pelos flancos e as suas contantes movimentações (com e sem bola) deixam qualquer defesa em sentido. E foi, precisamente, numa dessas movimentações que deixou os adversários para trás e respondeu com eficácia ao passe de morte de Diogo Spencer. Na sequência, e uma vez em posição de remate, concluiu o lance com sucesso absoluto.

As notas dos jogadores do Aves SAD:

As notas dos jogadores do Tondela:

Reações dos treinadores:

João Pedro Sousa (Aves SAD)

Foi um jogo difícil em termos emocionais. Estávamos um pouco instáveis no início, mas na segunda parte retificámos uma ou outra situação de posicionamento e melhorámos. Fizemos o segundo golo, mas depois não conseguimos saborear.

Ivo Vieira (Tondela)

Entrámos bem no jogo e chegámos à vantagem. O Aves SAD empatou e nós, na segunda parte, tentámos mudar alguma coisa para sermos mais ofensivos. O adversário passou para a frente e tivemos o condão de irmos em busca do 2-2.