'Parceiros' seguem firmes em cima da linha vermelha (crónica)
Estavam ambos a necessitar de pontos como de pão para a boca... assim continuam.
Mas quem não soubesse que Aves SAD e Tondela estavam (e estão) nos dois últimos lugares da tabela classificativa, não diria, com toda a certeza, que era esse o cenário. Porque o jogo teve qualidade, mas, e acima de tudo, intensidade. Muita intensidade. Com ambas as equipas a darem tudo pela vitória, o que, no caso dos avenses, seria a primeira na presente edição do campeonato. Não aconteceu.
Depois de Óscar Perea deixar a primeira ameaça para os da casa (12'), Rony Lopes aproveitou a gentileza de João Gonçalves e colocou os forasteiros na frente: remate cruzado do internacional português, o guarda-redes não ficou nada bem na fotografia e a bola entrou na sua baliza.
O golo deixou os auriverdes mais confortáveis, mas, ao contrário do que poderia pensar-se, não beliscou o estado de espírito dos avenses. A turma orientada por João Pedro Sousa tem, naturalmente, o peso de ainda não ter qualquer triunfo na Liga, mas as exibições têm vindo a crescer — as dinâmicas coletivas estão em fase de maturação, a equipa explora bem os corredores laterais e chega com relativa frequência a zonas de finalização — e a verdade é que ainda falta muito campeonato. O início não foi (nada) bom, mas o futuro está totalmente em aberto.
O início não foi (nada) bom, mas o futuro está totalmente em aberto. A crença deu resultado e, em cima do intervalo, Sidi Bane, que havia acompanhado uma jogada de ataque da sua equipa, rematou certeiro, contando também com o facto de a bola ter sido prensada devido à intervenção de Yarlen.
A intensidade manteve-se em toada elevada nos segundos 45 minutos, com domínio repartido, mas com os dois emblemas a manterem o denominador comum: o golo. Diogo Spencer, num passe típico de um... número 10, ofereceu a felicidade a Óscar Perea e o internacional sub-20 colombiano não desperdiçou a oportunidade de dar a cambalhota ao texto.
Durou pouco, porém, a festa dos nortenhos. Seis minutos depois, Sidi Bane, imprudente, desviou a bola com o braço no interior da sua grande área e Pedro Maranhão, chamado à conversão do castigo máximo, selou o 2-2.
Foi o resultado final... mas podia não ter sido. Estávamos a cerca de 20 minutos do último apito e até esse instante Ivan Cavaleiro, Brayan Medina, Yefrei Rodríguez e Pedro Lima ainda tentaram ser felizes.
Menção honrosa para Rúben Semedo. O internacional português está de regresso a solo lusitano e estreou-se com a camisola do Aves SAD, realizando exibição sólida.
As notas dos jogadores do Aves SAD:
João Gonçalves (4), Sidi Bane (6), Rúben Semedo (6), Cristian Devenish (6), Kiki Afonso (6), Gustavo Assunção (5), Jaume Grau (5), Diogo Spencer (7), Rafael Barbosa (6), Óscar Perea (7), Tomané (6), Bruno Lourenço (5), Pedro Lima (5), Babatunde Akinsola (5), Nenê (-) e Leonardo Rivas (-).
As notas dos jogadores do Tondela:
Bernardo Fontes (6), Tiago Manso (5), João Afonso (6), Brayan Medina (6), Remy Vita (5), Yaya Sithole (6), Hélder Tavares (6), Pedro Maranhão (7), Rony Lopes (6), Yarlen (5), Jordan Pefok (5), Ivan Cavaleiro (5), Yefrei Rodríguez (5), Bebeto (5), Hugo Félix (5) e Juan Rodríguez (5).
Reações dos treinadores:
João Pedro Sousa (Aves SAD)
Foi um jogo difícil em termos emocionais. Estávamos um pouco instáveis no início, mas na segunda parte retificámos uma ou outra situação de posicionamento e melhorámos. Fizemos o segundo golo, mas depois não conseguimos saborear.
Ivo Vieira (Tondela)
Entrámos bem no jogo e chegámos à vantagem. O Aves SAD empatou e nós, na segunda parte, tentámos mudar alguma coisa para sermos mais ofensivos. O adversário passou para a frente e tivemos o condão de irmos em busca do 2-2.