Os destaques do Benfica: o incêndio começou na defesa e reduziu todo o coletivo a cinzas
Trubin (4) — Salvador dos encarnados em muitas jornadas, desta vez sofreu cinco golos e não ficou isento de responsabilidades na derrocada da equipa, apesar das facadas que levou da defesa. Saiu mal no primeiro golo, deixando a porta aberta para o disparo de Galeno, teve duas boas intervenções a remate de Francisco Conceição e depois num canto direto, mas foi mal batido no tento de Pepê, onde tinha obrigação de fechar o primeiro poste.
Aursnes (4)— Até tu, Aursnes? Uma primeira boa ação, a soltar a bola para o remate fulminante de Rafa, mas depois foi arrastado pela fúria portista. No 2-0 deixou Evanilson servir Galeno para o bis, e no 3-0, aqui já desamparado, frente ao mesmo protagonista, deixou o cruzamento sair fácil para o pontapé de Wendell.
António Silva(4) — Passividade. É a palavra-chave da exibição defensiva (e global) do Benfica. Podia ter feito mais para condicionar Galeno no 2-0, teve ainda um conjunto de cortes interessantes, mas o resto da noite foi de facas longas para o central, incapaz de colocar ordem na defesa.
Otamendi (3)— Não é jogador para acusar atmosferas hostis, mas no Dragão pareceu estar num carrossel descontrolado. Não atacou o cruzamento de Francisco Conceição no 2-0 e depois foi perdendo coordenadas defensivas, com duplo amarelo (faltas sobre Galeno e Pepê) a conduzi-lo à rua aos 61’.
Morato (3) — Não era difícil prever que a velocidade de Francisco Conceição, e o bom momento de forma do portista, o iriam atirar para noite de trabalhos forçados. Não ganhou um único duelo à sua referência de marcação, foi de um passividade incrível no cruzamento que deu origem ao primeiro golo portista e incapaz de igualar a batalha ainda viu amarelo aos 32’. Ficou nos balneários ao intervalo.
Kokçu (4)— Completamente deslocado num jogo em que era preciso impor algum músculo para ganhar as bolas no meio-campo de forma a atenuar o ascendente do FC Porto na zona de criação. Andou ali, de pantufas, uma vezes recuando para a sua área, outras a ver jogar o adversário, com a chama apagada.
Di María (4) — Um rasgo do argentino, quando, num livre lateralizado isolou Tengstedt para ver o avançado desperdiçar de forma incrível golo (13’). Com o FC Porto dominador, a controlar todos os passos e a tê-lo constantemente debaixo de olho, ainda participou no lance em que Rafa forçou Diogo Costa a grande defesa, mas a queda de produção foi brutal, deixando, defensivamente, Aursnes desprotegido no 3-0.
Rafa (5)— Excelente o remate na zona da meia lua a convocar Diogo Costa para uma grande defesa (34’). Prevaleceu, contudo, a estratégia do FC Porto, que o secou de tal forma que nunca mais teve liberdade para criar desequilíbrios no ataque. Após a expulsão de Otamendi, foi rendido por Tomás Araújo.
João Mário (3) — É notável ter conseguido ficar os 90 minutos em campo. Não atravessa um bom momento de forma, nem sequer aparenta ter a confiança em dia, e o grau de dificuldade do jogo no Dragão tornou clara a imagem de gritante debilidade do médio.
Tengstedt (3)— Numa das duas melhores situações que o Benfica teve para chegar com perigo à área portista, falhou redondamente as medidas da baliza de Diogo Costa, deslumbrando-se com o passe açucarado de Di María num livre que apanhou a defesa portista a dormir. O remate passou de promissor a disparatado, tão longe a bola saiu do alvo.
Florentino (4) — Entrada a frio no jogo, com contributo no terceiro golo do FC Porto – inadvertidamente desviou com a perna o remate de Wendell, tornando impossível qualquer reação de Trubin. Esse golo, e depois a expulsão de Otamendi, representou o descalabro do Benfica, do qual, obviamente, não escapou.
Álvaro Carreras (3)— Impõe-se a questão: porquê Morato, um central com claras limitações de velocidade, no lado esquerdo da defesa? O quarto golo do FC Porto é uma resposta implacável. Mal posicionado, reagiu muito tarde à fuga de Pepê. O quinto golo portista, então, condena-o, definitivamente, ao banco…
Arthur Cabral (4) — Uma referência mais forte de área que teria sido importante se o Benfica não tivesse sido sacudido pelo melhor futebol do adversário. A expulsão de Otamendi só agravou o cenário.
Neres (4)— Ainda trouxe algum ‘samba’ ao futebol dos encarnados, mas, lá está, com o FC Porto tão forte e o Benfica com um a menos não fez milagres.
Tomás Araújo (4) — Entrou quando estava 3-0 e com a equipa reduzida a 10 unidades, viu o FC Porto marcar mais dois golos – no último foi surpreendido pelo salto de Namaso.