Os candidatos à presidência do Benfica passados a 'pente fino'

— João Diogo Manteigas foi o primeiro a anunciar a candidatura à presidência do Benfica. É advogado, tal como Cristóvão Carvalho.

— O Dr. João Diogo Manteigas é um grande benfiquista, como todos os outros, e isso é maravilhoso, ninguém está acima de ninguém nesse ponto. Já tive o cuidado de ler o projeto dele, identifica o projeto muito bem e seguramente há-de apresentar ideias para a solução dos problemas que elenca. Até agora não as vi, mas ainda é cedo. O segredo está em perceber qual é o projeto de resolução desses problemas. Isso ainda não vi no meu colega Dr. João Diogo Manteiga.

— João Noronha Lopes foi candidato e perdeu com Luís Filipe Vieira. Tem algum favoritismo?

— Tem uma coisa que nenhum dos outros candidatos tem. Como eu também tenho uma. Sou o único candidato novo dentro do Benfica. Eu não venho com ligações a ninguém, nem ao Benfica. Venho da sociedade civil, do meio dos benfiquistas. Todos os outros candidatos, incluindo o Dr. Noronha Lopes, vêm com ligações profundas ao Benfica. Ele representa o antigo Benfica. E deve explicar-se aos sócios. Teve aval de confiança de 35 por cento [34,71% dos votos nas eleições de 2020], isso tem de ter peso, mas tem de ter peso numa explicação, numa competência, numa apresentação de projeto, numa mais-valia para os sócios do Benfica, que ainda não vi. Em 2020, esteve nas eleições com Luís Filipe Vieira, em 2021 não vai a eleições com Rui Costa, disse que não estava preparado. Tem de explicá-lo muito bem aos benfiquistas. Então e agora? Volta estes anos todos depois e já volta a estar preparado? Se está preparado, onde estão as novidades? Os benfiquistas precisam de perceber essa incongruência, razões parecem curtas e pouco convincentes.

— Martim Mayer, o neto de Borges Coutinho.

— Esse nome dá-lhe notoriedade, mas também lhe há-de dar responsabilidade. Aguardo serenamente para perceber e conhecer em profundidade o projeto financeiro e desportivo para o Benfica. Terá a oportunidade de explicá-lo, nessa altura cá estaremos para analisar e debater.

— E quanto a Rui Costa, o atual presidente? Sente que irá avançar? E deve avançar?

— A decisão será sempre de Rui Costa. Nem sei se ele neste momento o saberá. Mas se isso acontecer, acho que tem toda a legitimidade de defender e de apresentar soluções, defender aquilo que fez e dizer qual é o seu projeto para o futuro. Ele deve ler os sinais [chumbo do orçamento], o futuro do Benfica não pode ser a continuidade.