Guitane apontou o primeiro golo dos canarinhos. (FOTO: Manuel Fernando Araújo/LUSA)

Ora marco eu, ora marcas tu e os três pontos ficam em casa (crónica)

Partida contou com cinco golos, uma reviravolta, um penálti, um tento caricato, mas quem venceu foi o V. Guimarães; conquistadores recuperam do desaire na ronda inaugural; Estoril segue sem ganhar neste arranque de temporada

Entre vantagens, cambalhotas e empates no marcador, o V. Guimarães foi quem sorriu no final, ao vencer o Estoril, por 3-2.

Bem ao seu estilo, o Estoril entrou em campo sem qualquer receio, com mais bola, mas sem conseguir criar perigo. O início foi um pouco lento, talvez consequência do calor que se fez sentir em Guimarães. Aos 10 minutos, um pontapé na monotonia, literalmente, com um remate de longe de João Mendes, porém saiu ao lado da baliza de Joel Robles.

A resposta estorilista surgiu numa bela jogada de Rafik Guitane que deambulou por entre os defesas vimaranenses, a bola sobrou para João Carvalho que tentou de primeira, mas Charles opôs-se com qualidade. Os canarinhos continuaram a acreditar e chegaram ao golo, por precisamente, Guitane que encostou na recarga, depois de um bom remate de Begraoui para uma defesa incompleta do guardião da casa. Logo a seguir, João Carvalho voltou a alvejar a baliza vimaranense e novamente Charles no caminho.

Sem reação dos conquistadores, foi o Estoril a ficar perto do segundo, por Tiago Parente que surgiu em boa posição, mas o remate saiu por cima. Contra a corrente, os conquistadores chegaram ao empate. Na sequência de um livre lateral, batido por Tiago Silva, a bola acaba por sobrar para Miguel Nóbrega que conseguiu cabecear de forma certeira para o fundo das redes.

Atitude diferente dos homens da casa, no reatamento, e Tiago Silva ficou perto da reviravolta com um remate de primeira que saiu ao lado. De seguida, Charles faz uma enorme defesa e neste jogo de parada respostas, o V. Guimarães completou a reviravolta no marcador, com um golo de Nélson Oliveira. Numa primeira instância ainda foi assinalado fora de jogo, mas depois foi validado pelo VAR.

No entanto, o empate não tardou. Após um chutão para frente, Begraoui e Guitane trabalharam bem, deram a João Carvalho que respeitou a subida de Tiago Parente que remata e contou com a sorte do desvio num adversário para que a bola sobrevoasse Charles e só parasse num fundo das redes.

Num ritmo frenético chegou o 3-2 para os minhotos. Pedro Carvalho derrubou Tiago Silva na sua área e o médio encarregou-se da conversão, não dando hipóteses a Robles que bem se esticou adivinhando o lado. Pelos 80’, Gustavo Silva teve nos pés a tranquilidade, mas falhou, apenas com Robles pela frente. Triunfo suado dos vimaranenses, mas que garantiu os primeiros três pontos na edição 2025/26 da Liga.

Melhor em campo: Tiago Silva (nota 7)
O médio português é o patrão do meio-campo vimaranense, com todo o jogo ofensivo a passar pelos seus pés, ditando o ritmo. O seu sentido posicional também permite que recupere inúmeras bolas, mas é no passe e nas bolas paradas que se destaca. O camisola 10 bateu o livre que deu origem ao primeiro golo da sua equipa e confirmou os três pontos de penálti.

As notas dos jogadores do V. Guimarães: Charles (6), Miguel Maga (5), Miguel Nóbrega (6), Rodrigo Abascal (5), Vando Félix (5), Tiago Silva (7), Tomás Handel (6), João Mendes (5), Nuno Santos (5), Nélson Oliveira (7), Gustavo Silva (5), Alioune Ndoye (5), Fabio Blanco (5), Beni Mukendi (5) e Paulo Vítor (-).

A figura: Rafik Guitane (nota 7)
Autor do primeiro golo dos canarinhos, estando no sítio certo para fazer o desvio para o fundo das redes. Mas, a sua exibição foi mais que isso, já que é dotado de uma enorme técnica e presenteou o público com vários lances de magia, sendo que num deles ultrapassou vários jogadores adversários, sempre com a bola colada ao seu pé esquerdo. Muita qualidade.

Ian Cathro

Sempre que o jogo teve ordem, demonstrámos a capacidade de sermos melhores, mas nos últimos minutos da primeira parte sofremos um pouco com isso. Na segunda parte, nesta fase da época não podemos ser injustos e temos de observar a condição dos jogadores. Não podemos esperar que seja igual. O que faltou depois foi a bola entrar.

Luís Pinto

Entrámos algo ansiosos e apáticos no jogo, a tentarmos ser muito certinhos e isso acaba por tirar energia e intensidade. Ficámos por baixo no jogo e o Estoril teve mais sensações de golo. A paritr do empate a um, o domínio foi nosso. Soltamo-nos um pouco e ao disputar o jogo de forma mais desprendida fez com que fossemos melhores e os justos vencedores.