Barcelos conquista Taça Continental 33 anos depois (MANUEL FERNANDO ARAÚJO/LUSA)
Barcelos conquista Taça Continental 33 anos depois (MANUEL FERNANDO ARAÚJO/LUSA)

OC Barcelos vence FC Porto e conquista Taça Continental

Minhotos derrotam dragões por 4-3 e juntam Liga dos Campeões na temporada transata a novo troféu europeu

O velho Pavilhão Municipal de Barcelos vestiu-se de festa. Havia nervos, esperança e o rumor de quem acredita que o hóquei, ali, é mais do que um jogo. E foi: o Óquei de Barcelos conquistou a Taça Continental pela segunda vez, 33 anos depois da primeira, ao vencer o FC Porto por 4-3, numa final que teve reviravolta, emoção e um público que empurrou a equipa até ao fim.

A história fez-se à velocidade de uma sticada. O FC Porto, mais atrevido nos primeiros minutos, chegou à vantagem por Edu Lamas, aos 19’, depois de uma jogada rápida e precisa. O pavilhão silenciou-se por instantes - mas só até Carlos Ramos decidir mudar o rumo da noite. Em apenas seis minutos, o camisola 7 marcou dois golos, um deles logo 25 segundos após o golo sofrido, e devolveu à bancada a crença de quem sabe o peso da camisola azul e branca… mas a de Barcelos.

No reatamento, o ritmo manteve-se frenético. O OC Barcelos jogava de forma solta, confiante, empurrado pelos 1500 adeptos que enchiam as bancadas. Kyllian Gil, oportuno, aproveitou a passividade da defesa portista e fez o 3-1 aos 27’. O FC Porto, campeão nacional, parecia por momentos sem antídoto para a avalanche minhota.

Mas há sempre espaço para drama num jogo destes. Gonçalo Alves, especialista nas bolas paradas, reduziu de penálti aos 32’, e o FC Porto voltou a acreditar. Nos dez minutos finais, os dragões cercaram a baliza de Guillem Torrents, mas o guarda-redes espanhol mostrou por que razão é um dos melhores da sua geração - frio, atento, quase intransponível.

Quando Ivan Morales fez o 4-2 a 38 segundos do fim, o pavilhão explodiu. Ainda houve tempo para Rafa reduzir, mas já era tarde. O troféu ficava em casa, em Barcelos, onde o hóquei em patins é quase religião.

Trinta e três anos depois da primeira conquista, o OC Barcelos repete o feito, iguala o número de Taças Continentais do FC Porto e recorda à Europa que, quando o stique e a bola se cruzam na cidade do galo, o coração barcelense fala mais alto.