Roger Schmidt, ex-treinador do Benfica
Roger Schmidt, ex-treinador do Benfica

O ‘regresso’ do Benfica e o divino Keita

O Benfica de Schmidt mostrou-se ao nível da época passada. Morreu Salif Keita, o melhor estrangeiro que vi jogar numa equipa nacional

SE Roger Schmidt olhar para as escolhas que tem de fazer quando chega a hora de escalar o onze inicial do Benfica, terá inúmeras dúvidas e incertezas; porém, se vir, ao invés, mais além, e contar com as disponibilidades que tem no banco, essa angústia atenua-se e terá meios para mexer, de mil e uma maneiras, no jogo. A chegada de Juan Bernat, forte candidato à titularidade na esquerda da defesa, acarretará a necessidade de recolocar Fredrik Aursnes, protótipo do jogador de equipa que é garante de entrega e intensidade. De Schmidt já se percebeu que tem personalidade forte e não olha a nomes na hora das escolhas, sobrepondo, por filosofia, o coletivo às individualidades. No jogo com o Vitória de Guimarães, a titularidade dada a Petar Musa em detrimento de Arthur Cabral, aproximou muito o Benfica do modelo da época passada, quando Gonçalo Ramos era sempre o primeiro defesa no momento de saída de bola do adversário. Não tarda que para fazer par com Kokçu, finalmente a aproximar-se do jogador que era no Feyenoord, Roger Schmidt tenha, além de João Neves e Florentino, Fredrik Aursnes. E que conte com o joker Neres, um agitador por excelência. Opções não faltam, há que saber usá-las.

MORREU, aos 76 anos, o maliano Salif Keita, o melhor jogador estrangeiro que vi jogar num clube português. De Juan Seminário não tenho memória (tinha quatro anos quando o peruano abandonou o Sporting...) e confesso dificuldade na escolha entre Keita e Teófilo Cubillas, outro virtuoso inigualável, trazendo igualmente a esta conversa Ricardo Gomes e Valdo. Mas fico-me com Salif Keita, ágil, felino, goleador, que fazia do futebol, quando estava para aí virado, poesia em movimento. Em 19 de março de 1977, os 19 anos, na minha primeira época na I Divisão, tive oportunidade de defrontá-lo num Sporting, 2-Montijo, 0. O jogo estava difícil para os leões e, com 0-0 no marcador, Jimmy Hagan tirou Keita do banco aos 54 minutos e o que estava mais ou menos controlado para a minha equipa, deixou de estar. Salif Keita fazia a diferença e foi a gazua que abriu as portas do triunfo leonino por 2-0. Para ele foi apenas mais um jogo, enquanto que para mim aquele dia ficou registado para sempre de forma superlativa: tinha tido a honra de defrontar o divino Keita...


REI - ANTÓNIO SALVADOR

O apuramento do SC Braga para a fase de grupos da Liga dos Campeões colocou os arsenalistas num patamar onde toda a ambição é legítima. Mas como não há bela sem senão, a sanção duríssima da FIFA (que vai para recurso no TAS, em Lausanne) no caso Ricardo Horta veio lançar algumas sombras no pós-Atenas.


REI - ROBERTO MARTÍNEZ

O selecionador nacional, usando uma expressão de Carlos Queiroz, sabe bem com quem quer ir para a selva. Só assim se explica que tenha chamado à convocatória jogadores, como Félix ou Cancelo, que só agora definiram o futuro. Mas não deixa de ficar um travo amargo a injustiça, face a quem tem mostrado estar em boa forma...


DUQUE - LUIS RUBIALES

O futebol espanhol continua em estado de sítio, perante a recusa de demissão do presidente da RFEF. E depois da decisão do Tribunal Administrativo do Desporto de considerar a ação de Rubiales grave e não muito grave, a punição não poderá ir além dos dois anos. Pode não comprometer o Mundial de 2030, mas bom não é.