O rapaz que não queria ir para o Benfica
O Atlético baixou de divisão em 1982/83 e ato contínuo Tozé foi para o Torreense para ser treinado por Jesualdo Ferreira, que poucas épocas depois se tornaria adjunto de Toni no Benfica. A época em Torres Vedras correu-lhe bem, foi o melhor marcador da equipa mesmo jogando a médio — «eu ambidestro, era o dez» —, mostrou-se frente ao FC Porto numa eliminatória da Taça de Portugal perdido para os dragões já no prolongamento, com o golo a ser marcado por Vermelhinho. «Curiosamente, nessa temporada, o FC Porto também foi a uma final europeia, mas à da Taça das Taças, frente à Juventus», recorda.
Foi assim que surgiu o convite do Benfica, mas teve renitência em aceitá-lo. «O professor Jesualdo insistiu comigo e eu não queria ir porque argumentava que não ia jogar. Ele dizia-me: ‘olha que o Eriksson não olha a nomes. Acabei por ir mas o Eriksson foi para a Roma, entrou o Csernai e praticamente não joguei», diz.
Relativamente ao técnico húngaro, recorda um episódio curioso. «Fomos jogar a Macedo de Cavaleiros para a Taça de Portugal e como era prática naquela altura a Câmara Municipal ofereceu a cada um de nós uma caixa de vinho. Combinámos e colocámos todos as caixas à porta do quarto dele. Ele até batia palmas, porque não gostava de vinho», ironiza entre gargalhadas.