Mourinho lembra conversa com Ferguson: «Muitos da nova geração não gostam muito de treinar e de futebol»

José Mourinho assumiu que acorda sempre com vontade de treinar, mesmo em dias cinzentos e de chuva, fazendo uma comparação com a geração mais nova de jogadores e treinadores. 

«É inquestionável. Eu e os mais próximos, e sem generalizar, às vezes há aquela sensação de que muitos da nova geração, sejam jogadores ou treinadores, não gostam muito de treinar, de futebol, gostam daquilo que o futebol pode dar. Honestamente, continuo igual, não consigo vislumbrar o dia em que tenha mudado alguma coisa», referiu, durante a emissão da Benfica FM, lembrando palavras de Sir Alex Ferguson. 

«Recordo sempre uma conversa, estava no Real Madrid em 2012/13, com Sir Alex [Ferguson]. Na altura teria mais ou menos a idade que tenho agora. Antes de um jogo perguntava como era a evolução das coisas e ele disse-me: 'Esquece. É igual. A paixão é igual, o nervosismo é igual, a alegria e tristeza depois de ganhar ou perder é igual. Tranquilo, que gente como nós não muda nada'. Vamos em 2025 e ele, como sempre, tem razão», afirmou.

«Há treinadores e jogadores de momento e treinadores e jogares de carreira. Hoje em dia, de carreira, começa a haver cada vez menos. Lippi, Ancelotti, Heynckes, Ferguson, Wenger... começam a rarear. Aparecem muito rapidamente e desaparecem muito rapidamente. Em Istambul, um muito bom treinador das gerações mais novas pediu-me para passar uns dias comigo para conversarmos. Fazia-lhe muita confusão, ele cansava-se muito. Quando tinha uma oportunidade, aproveitava uma semana internacional para desligar completamente e desaparecer. Conversar sobre isto era difícil para explicar. ’Se precisas de descansar com 40 anos...’», rematou.