Mourinho: «É preciso calma, temos de introduzir as coisas devagar»
José Mourinho, treinador do Benfica, fez a antevisão ao duelo com o Rio Ave, que definiu como um adversário difícil, e afirmou que sente que o grupo está a «abraçar a liderança e os conceitos» da equipa técnica.
«Espero um adversário melhor do que os pontos que conquistaram até agora. Observámos o Rio Ave nos jogos anteriores e em diversos jogos, principalmente nos três primeiros, foram melhor equipa que os pontos traduzem. Vê-se que têm treinador, organização, que sabem aquilo que querem, que têm alguns jogadores, para não dizer todos, de boa qualidade. Vale o que vale, mas têm 24 horas a mais do que nós para prepararem o jogo. Espero um jogo difícil», disse o técnico, que destacou a importância dos adeptos na luta pela vitória: «Precisamos do fator casa, porque quando ele joga, é uma ajuda importante. A equipa está a crescer. Do ponto de vista tático o crescimento tem de ser progressivo. Do ponto de vista emocional é precisa a ligação com os adeptos, que os façam esquecer que os últimos jogos em casa não correram bem. Seria uma empatia importante para defrontarmos um adversário difícil.»
Questionado sobre se alguma coisa surpreendeu no plantel encarnado e sobre os elogios que havia feito à equipa encarnada quando defrontou a equipa ao serviço do Fenerbahçe, José Mourinho defendeu que «foi honesto» consigo próprio e com os encarnados quando fez os elogios e voltou a elogiar o trabalho feito por Bruno Lage. «Enquanto adversário, fui honesto comigo próprio, mais que com o Benfica, ao assumir que estava a jogar com uma boa equipa, com bons jogadores. Se comparar os jogos do Benfica na pré-eliminatória da Champions e no play-off com os últimos dois, três jogos, há ali uma contradiçãozinha. Mas o Benfica tem bons jogadores e coisas boas que vieram do passado. Não é minha intenção procurar coisas negativas do passado, mas se fosse, não eram fáceis de encontrar. Está aqui um bom trabalho por quem cá esteve», disse o técnico.
Apesar do bom trabalho, o Special One defendeu que, como qualquer técnico, quer impor as suas ideias no grupo, que, afirmou, já começa a criar ligações com a equipa técnica: «Nós treinadores temos todos ideias diferentes. É importante que os jogadores abracem com alegria e com confiança as novas ideias. Quem sofre mais é o treinador que sai, mas quem fica também tem um processo que, na maior parte das vezes, não é muito agradável. Por isso é que digo que é preciso calma, temos de introduzir as coisas devagar. Não vi surpresas, mas tenho a sensação de que, a cada dia, os jogadores estão a abraçar as minhas ideias, a minha maneira de liderar. Isso para mim é importante. Obviamente não somos ainda o grupo dos melhores amigos, chegámos só há quatro ou cinco dias, mas acho que estamos a construir qualquer coisa importante no ponto de vista humano. No ponto de vista da evolução tática da equipa temos de ir a pouco e pouco.»